As restrições a serem aplicadas às pessoas que não foram vacinadas contra a covid-19 na Alemanha não "serão suficientes" para deter a nova onda de infecções — alertou o presidente do instituto de vigilância sanitária Robert Koch, nesta sexta-feira (19).
— Na situação atual, isso não será suficiente — considerou Lothar Wieler durante entrevista coletiva.
Na quinta-feira (18), a chanceler Angela Merkel e os líderes regionais decidiram que as pessoas que não foram vacinadas contra a covid-19 serão proibidas de acessar locais públicos, enquanto o limite de hospitalizações exceder três pacientes com covid-19 para cada 100 mil habitantes. Essa situação já está ocorrendo em 12 dos 16 Estados que compõem o país.
Mais de 50 mil novos casos de covid-19 foram registrados nas últimas 24 horas no país.
Wieler defendeu que os grandes eventos devem ser proibidos e que as potenciais fontes de infecção, como bares e restaurantes mal arejados, devem ser suspendidas. Medidas para reduzir os contatos também devem ser adotadas.
— Devemos recorrer ao freio de emergência agora — frisou, exortando as pessoas a ficarem "em casa sempre que possível".
— Estamos em uma situação de emergência nacional — disse o ministro da Saúde, Jens Spahn, na mesma coletiva.
Questionado sobre a possibilidade de um "confinamento" generalizado no país, como a Áustria acaba de decretar, Spahn destacou que essa eventualidade ainda não foi cogitada, mas que, mesmo assim, "nada deve ser descartado".
De acordo com a regra aprovada na quinta-feira, a apresentação de um teste negativo não será suficiente para acessar locais públicos se a pessoa não estiver vacinada. A medida já estava sendo aplicada na capital do país, Berlim, e agora será estendida para todo território.
Quando o nível de hospitalizações superar o valor de seis, vacinados e curados de covid deverão, além de apresentar o certificado, contar com um teste negativo para terem acesso a uma lista de estabelecimentos. Também não está descartado o fechamento do comércio, assim como de bares e restaurantes.
As escolas continuarão abertas, mas os alunos deverão se submeter a testes de vez em quando.
No encontro, também foi decidido que a população deverá trabalhar em casa sempre que possível e que o passe sanitário será necessário para o uso do transporte público, assim como no local de trabalho.
Na Alemanha, apenas 67,9% da população tem o esquema de vacinação completo, de acordo com os últimos dados do RKI.
A Câmara Alta do Parlamento (Bundesrat) aprovou nesta sexta-feira (19) a aplicação destas medidas, ao adotar uma nova lei de proteção contra as infecções. A legislação foi apresentada pelos social-democratas (SPD), Verdes e Liberais, que negociam atualmente a formação de um novo Executivo.