Meios de comunicação das Américas exortaram os países da região a abordar o valor do conteúdo jornalístico em plataformas digitais, para garantir uma compensação justa e razoável dos gigantes da Internet, de acordo com um comunicado conjunto.
A declaração foi assinada por associações que representam mais de 40.000 meios de comunicação do Canadá, Estados Unidos, México, Honduras, Jamaica, República Dominicana, Colômbia, Equador, Peru, Brasil, Bolívia, Chile e Argentina.
"Os meios jornalísticos têm mais audiência do que nunca, mas as receitas que financiavam o jornalismo profissional são absorvidas por intermediários que concentram mais de 80% da publicidade digital mundial", alertaram os signatários do comunicado.
As associações garantem que "é fundamental evitar práticas abusivas no mercado publicitário, onde as plataformas são árbitros e protagonistas".
O objetivo é que plataformas digitais como Google e Facebook paguem aos meios de comunicação pelo uso que fazem de seu conteúdo, com os quais obtêm fortes benefícios.
Para isso, propõem abordar a questão "em um nível global para fazer cumprir um direito [a uma remuneração justa] que se baseia tanto na propriedade intelectual quanto nas regulamentações antitruste".
O texto celebra as iniciativas do Google e do Facebook de pagar aos meios de comunicação de alguns países por seu conteúdo, embora considere que "esses programas ainda não constituem a resposta justa e abrangente que a indústria exige", e afirme que é preciso "promover um ecossistema digital saudável e equilibrado".
Além do pagamento pelo conteúdo e a concentração publicitária, as associações alertam para a questão dos algoritmos, cuja opacidade afeta a produção e distribuição do conteúdo.
"A sustentabilidade do jornalismo está em risco", afirmam os autores do comunicado, lembrando o aumento dos chamados "desertos de informação", áreas sem mídia local na região.
* AFP