Os Estados Unidos vão impor, nesta segunda-feira (9), novas sanções ao governo do presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, acusado de exercer uma repressão brutal contra opositores, informou um funcionário da Casa Branca à agência AFP.
O presidente Joe Biden assinará uma ordem executiva dirigida a Lukashenko por um contínuo "ataque contra as aspirações democráticas e os direitos humanos do povo bielorrusso, a repressão transnacional e os abusos".
A mesma fonte disse à AFP que o Tesouro também anunciará sanções contra empresas, personalidades e organizações de Belarus, incluindo o comitê olímpico do país, pouco depois da tentativa de repatriamento forçado de uma atleta bielorrussa que participava dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
No poder desde 1994, Lukashenko reprimiu os opositores desde o início de protestos sem precedentes após as eleições do ano passado, consideradas injustas por muitos observadores.
As sanções impostas pelo Tesouro dos Estados Unidos nesta segunda-feira marcarão o aniversário das eleições, as quais o funcionário americano classifica de "fraudulentas".
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, já finalizados, a velocista bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya buscou proteção para evitar que a obrigassem a embarcar em um avião de volta para casa, dizendo que temia pela vida caso retornasse para Belarus depois de ter criticado os treinadores.
Tsimanouskaya foi uma das muitas figuras esportivas bielorrussas que em agosto de 2020 criticaram publicamente a violência contra os manifestantes nos protestos no país ex-soviético após a eleição presidencial.
Em maio, o governo de Lukashenko interceptou um avião da Ryanair e deteve um ativista da oposição e a namorada dele a bordo.
— Desde então, o governo não fez mais do que ampliar sua repressão e chegou inclusive a ameaçar a segurança de uma atleta olímpica fora de suas fronteiras — disse o funcionário americano. — Com as ações de hoje, o presidente Biden está cumprindo sua promessa de responsabilizar o governo bielorrusso pelos seus abusos.
As últimas sanções se dirigem a instituições-chave e a apoiadores de Lukashenko, como o Comitê Olímpico Nacional de Belarus, líderes empresariais e empresas como um banco privado local.
Também está na lista Belaruskali OAO, uma das maiores empresas estatais de Belarus e um dos maiores produtores de potássio do mundo. A alegação é que é uma fonte de riqueza ilegal para o governo.
Os Estados Unidos acusaram o Comitê Olímpico de facilitar a lavagem de dinheiro, a evasão de sanções e de contornar as proibições de visto.