O vasto plano de investimentos para modernizar a infraestrutura dos Estados Unidos proposto pelo presidente Joe Biden superou no domingo (8) novos obstáculos graças a acordos pouco frequentes entre republicanos e democratas no Senado, onde o projeto pode ser votado no início da semana.
Embora não existam mais dúvidas de que o texto de 2,7 mil páginas será aprovado pelo Senado, o futuro dele ainda é incerto na Câmara dos Representantes, onde surgiram disputas entre a ala mais à esquerda e os centristas dentro da estreita maioria democrata.
Biden afirma que o projeto "histórico" prevê US$ 550 bilhões de gastos federais em rodovias, pontes e transportes, mas também para a internet de banda larga e na luta contra a mudança climática.
No total, o plano alcança US$ 1,2 trilhão — o equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) da Espanha em 2020 — com a inclusão do redirecionamento de outros fundos públicos existentes.
No domingo à noite, o projeto de lei superou com folga diversas votações de procedimento no Senado, onde mais de um terço dos republicanos se uniram à frágil maioria democrata.
A votação final pode ser programada para esta segunda ou terça-feira.
O ex-presidente republicano Donald Trump ameaçou no fim de semana adotar represálias eleitorais contra os senadores republicanos que apoiarem o projeto. Mas isto não impediu que 18 deles, incluindo o influente líder republicano Mitch McConnell, apoiassem o avanço do texto para a votação final.
O Escritório Orçamentário do Congresso (CBO) calculou que o plano adicionará US$ 256 bilhões ao déficit entre 2021 e 2031. Este impacto preocupa vários republicanos contrários ao texto. Mas os defensores afirmam que o CBO não foi capaz de contabilizar formalmente todas as economias e receitas adicionais previstas, que cobrirão o custo das medidas.