Treze civis foram mortos na quarta-feira (21) na República Centro-Africana, 300 quilômetros ao norte da capital Bangui, informou a ONU em um comunicado nesta quinta-feira (22), que não especifica as circunstâncias do ataque ou a identidade dos agressores.
Uma patrulha da missão das Nações Unidas na República Centro-Africana (Minusca) "confirmou a descoberta de 13 corpos sem vida em Bongboto", 300 quilômetros ao norte de Bangui, segundo o comunicado.
"Os mortos são todos civis", disse o tenente-coronel Abdoulaziz Fall, porta-voz da Minusca, à AFP.
A República Centro-Africana, o segundo país mais pobre do mundo de acordo com a ONU, tem sido devastada desde 2013 por uma guerra civil que, no entanto, diminuiu consideravelmente de intensidade desde 2018.
A ONU pediu uma investigação sobre as circunstâncias da morte dos treze civis.
"A Minusca ajudará a esclarecer este infeliz incidente e está pronta para apoiar o governo para que os autores desses crimes hediondos sejam identificados", segundo o comunicado.
A ONU "pede a cooperação do governo a este respeito", concluiu o comunicado.
O governo, por sua vez, acusou elementos da Coalizão de Patriotas pela Mudança (CPM), criada em dezembro de 2020 para tentar derrubar o regime do presidente Faustin Archange Touadéra, de estarem na origem do ataque.
As forças governamentais conseguiram, desde o final de dezembro de 2020, recuperar dos rebeldes o controle de várias cidades que controlavam há vários anos, principalmente graças ao reforço de soldados ruandeses e à presença de centenas de paramilitares russos lutando ao seu lado.
Moscou reconhece oficialmente a presença de apenas 1.135 "instrutores desarmados", mas ONGs que operam no terreno, França e ONU afirmam que alguns deles são homens do grupo de segurança privado Wagner, o que Moscou nega.
Segundo a ONU, os "instrutores" russos cometeram, junto com o exército centro-africano, "violações do direito internacional humanitário", incluindo "assassinatos indiscriminados".
A ONU estimou no final de maio que quase metade da população estava em "insegurança alimentar", devido à epidemia do coronavírus, mas também pela situação de segurança.
* AFP