Mais de cem pessoas morreram na Alemanha, em meio aos temporais que provocaram graves inundações e deslizamentos de terra em parte da Europa — na Bélgica, também atingida pelas tormentas, foram registrados 18 óbitos. Segundo a Deutsche Welle, há mais de mil desaparecidos.
Nesta sexta-feira (16), um novo deslizamento atingiu casas em uma localidade perto de Colônia, causando mais estragos. O número de vítimas ainda não foi confirmado, já que os serviços de resgate continuam em busca de dezenas de pessoas desaparecidas.
No município de Erftstadt-Blessem, "as casas foram, em grande parte, arrastadas pela água, e algumas desabaram. Várias pessoas estão desaparecidas", tuitaram as autoridades de Colônia.
Imagens da área do desastre divulgadas pelas autoridades mostraram uma grande cratera, com massas de terra, lama e destroços.
— Recebemos chamadas de emergência de residências, mas às vezes não é possível atendê-los — afirmam as autoridades desta localidade a menos de 40 quilômetros de Colônia.
O deslizamento desta sexta aumentará ainda mais o número de mortos na região da Renânia do Norte-Vestfália, a mais atingida pelas fortes chuvas e inundações, junto com a vizinha Renânia-Palatinado. Os serviços de emergência continuam em busca de várias pessoas desaparecidas.
— Temo que veremos a magnitude da catástrofe somente nos próximos dias — afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel, na noite de quinta-feira (15), de Washington, onde está de visita.
"As inundações de morte", dizia a manchete desta sexta do jornal Bild, o mais lido do país. As fortes chuvas surpreenderam os moradores. Muitos ficaram presos por enchentes e transbordamentos de rios, que semearam desolação e medo em seu caminho.
— Às 23h30min tinha só um pouco de água. À 1h da manhã, estava tudo submerso. Nosso apartamento, nosso escritório, as casas dos vizinhos (...) Ficou tudo inundado em apenas 15 minutos — disse Agron Berischa, que mora na cidade de Ahrweiler, no Estado da Renânia-Palatinado.
Como um tsunami
Na área de Ahrweiler, especialmente atingida, 1.300 pessoas estão sem dar notícias, mas grande parte desse número inclui habitantes que não podem ser localizados, devido a problemas de comunicação.
— Estimamos que pode haver 40, 50, ou 60 desaparecidos. Quando há pessoas que não dão sinais de vida por muito tempo, teme-se pelo pior — disse o ministro do Interior deste Estado, Roger Lewentz, à emissora de televisão SWR. — Portanto, o número de vítimas corre o risco de aumentar nos próximos dias — completou.
Cerca de 1 mil soldados foram mobilizados na Alemanha para auxiliar nas operações de resgate, evacuação e limpeza das cidades. As imagens são desoladoras.
As ruas de Ahrwiler parecem terem sido varridas por um tsunami. Ruas e casas estão submersas, edifícios desabaram, carros foram arrastados, e árvores, arrancadas. Vários bairros da cidade continuavam, literalmente, isolados do mundo nesta sexta. Por enquanto, ainda chove em várias regiões do oeste, e o volume do rio Reno e de vários de seus afluentes aumenta perigosamente.
Segundo o diretor-geral da associação alemã de municípios, Gerd Landsberg, "é uma catástrofe de magnitude desconhecida".
— Considerando-se os danos, são bilhões de euros em perdas — afirmou.