Centenas de milhares de pessoas em Bangladesh pegaram trens e carros para voltar ao trabalho, neste sábado (31), depois que o governo anunciou a reabertura das oficinas de confecção e exportação do setor têxtil, apesar da onda de coronavírus que castiga o país.
Diante dos recordes diários de casos e de mortes por covid-19, o governo decretou o fechamento de oficinais, escritórios, fábricas, transportes e estabelecimentos comerciais de 23 de julho a 5 de agosto. Excluiu desta medida, porém, as fábricas que abastecem as principais marcas da Europa e da América do Norte.
Cerca de 4.500 oficinas de confecção no país, que empregam quatro milhões de pessoas, poderão reabrir a partir deste domingo (1º). O anúncio causou o fluxo de centenas de milhares de operários, que agora deixam seus povoados rumo aos centros industriais.
Alguns optaram por fazer isso a pé, apesar das monções que assolam a região. No porto de Shimulia, 70 km ao sul da capital do país, Daca, dezenas de milhares de trabalhadores esperaram durantes horas para conseguirem pegar uma balsa.
"A balsa estava lotada", comentou Mohamad Masun, de 25 anos, que deixou sua aldeia ao amanhecer e caminhou por mais de 30 km até pegar um bicitáxi até o porto.
A indústria têxtil se tornou a base da economia bengali. Seus influentes empresários alertaram para as consequências "catastróficas", se não conseguissem atender a tempo as demandas de seus clientes estrangeiros, mesmo em meio à pandemia.
Com 169 milhões de habitantes, Bangladesh é o segundo maior exportador do setor de têxteis, depois da China.
* AFP