O governo francês disse, nesta terça-feira (6), que decidiu abandonar seus planos de incluir a luta contra a mudança climática na Constituição, devido a uma disputa com o Senado sobre a redação da emenda.
Em um projeto de lei aprovado pelo Parlamento, os legisladores do partido centrista República em Marcha (LREM), do presidente Emmanuel Macron, propuseram acrescentar à Constituição que a França "garante a proteção do meio ambiente e a diversidade biológica, e luta contra a mudança climática".
Macron pretendia submeter a alteração constitucional a um referendo nacional.
O Senado, onde o Partido Os Republicanos (LR), de direita, tem maioria, nega-se, porém, a aprovar o projeto que "garantiria" os esforços para lutar contra a mudança climática.
Uma segunda rejeição por parte do Senado na segunda-feira "põe, tristemente, fim ao processo de revisão da Constituição, que continuamos pensando ser essencial para o nosso país", declarou o primeiro-ministro, Jean Castex, na Assembleia Nacional.
A ideia de emendar a Constituição surgiu de um órgão cidadão criado por Macron no ano passado. Este órgão ficou encarregado de estudar a forma como a França pode melhorar seu histórico de luta contra a mudança climática e a perda de biodiversidade.
A mudança climática e o meio ambiente serão temas-chave na eleição presidencial do próximo ano. Nela, Macron buscará um segundo mandato de cinco anos.
* AFP