A grande maioria das embarcações tem se deslocado de forma mais acelerada em áreas designadas para a proteção das baleias-francas no Atlântico Norte, uma espécie à beira da extinção, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (21). A alta velocidade tem provocado um maior número de abalroamentos com estes animais.
— Os barcos estão acelerando, as baleias-francas do Atlântico Norte estão morrendo e os responsáveis não estão sendo suficientemente responsáveis — disse Whitney Webber, gerente de campanha da ONG Oceana.
A ONG analisou as velocidades de barcos e embarcações entre 2017 e 2020 nas áreas estabelecidas pela Agência para a Observação Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), ao longo da costa atlântica americana.
O descumprimento dos limites atingiu, assim, quase 90% em áreas com redução de velocidade obrigatória, enquanto a falta de cooperação ficou perto de 85% em áreas onde a redução era opcional.
As colisões com barcos são uma das principais causas de lesões e mortes de baleias-francas do Atlântico Norte. Pesquisas têm demonstrado que reduzir a velocidade dos barcos a 10 nós (18,5 km/h) reduz o risco de morte entre 80% e 90%.
A análise se baseou em dados de velocidade e localização compilados pela Global Fishing Watch, uma ONG fundada pela Oceana em associação com Google e SkyTruth.
Dois terços dos barcos que passaram a grande velocidade tinham bandeiras estrangeiras, enquanto os cargueiros foram os principais culpados pelas negligências.
O estudo centrou-se em embarcações de 20 metros ou mais, pois devem transmitir sua posição de forma contínua. Mas os barcos menores também podem ser fatais para as baleias.