Os dois jordanianos acusados de tentar derrubar o rei Abdullah II em benefício de seu meio-irmão, o príncipe Hamzah, se declararam inocentes nesta segunda-feira (21), na abertura de seu julgamento a portas fechadas no Tribunal de Segurança do Estado.
Bassem Awadallah, ex-chefe de gabinete real de nacionalidade saudita, e Cherif Hassan ben Zaid, que por um tempo foi emissário especial do rei da Arábia Saudita, negaram as acusações, segundo Me Mohammad Afif, advogado do primeiro dos acusados.
Os dois homens são acusados de "agir contra a segurança dos cidadãos jordanianos" e de "incitar a sedição". Ambos podem pegar 20 anos de prisão.
Duas das seis testemunhas, quatro militares e dois civis, compareceram ao tribunal, segundo a televisão estatal. O julgamento continuará na terça-feira.
Um vídeo postado nas redes sociais mostra Awadallah chegando ao tribunal, vestido com um uniforme azul claro, máscara no rosto e as mãos algemadas nas costas, conduzido por um membro da unidade antiterrorista.
O principal protagonista do caso, o príncipe Hamzah, de 41 anos, acusado de querer derrubar o rei e, para isso, de ter buscado a ajuda da Arábia Saudita, não será julgado.
"O príncipe Hamzah estava determinado a cumprir sua ambição pessoal de reinar, violando a Constituição e os costumes hachemitas", aponta a acusação.
O governo jordaniano anunciou no dia 4 de abril a prisão de 18 pessoas envolvidas em um complô para "minar a segurança e a estabilidade da Jordânia", das quais 16 foram libertadas após a intervenção de várias personalidades e chefes tribais perante o rei.
O príncipe Hamzah alegou que estava em prisão domiciliar e negou ter participado de uma tentativa de golpe.
O rei Abdullah nomeou Hamzah príncipe herdeiro em 1999, a pedido de seu falecido pai. Mas, ele reverteu a decisão em 2004 para nomear seu filho, o príncipe Hussein, como seu sucessor.
* AFP