A Colômbia superou na segunda-feira (21) os 100 mil mortos em 15 meses de pandemia, registrando ainda um recorde no boletim diário de óbitos, acima dos 600, segundo o Ministério da Saúde.
Após quase 60 dias de grandes manifestações contra o governo do presidente Iván Duque, o país de 50 milhões de habitantes atravessa o pior pico da doença desde a detecção do primeiro caso, em 6 de março de 2020: soma 100.582 falecidos, destacou a pasta em seu boletim habitual, no qual registrou 648 vítimas fatais nas últimas horas.
"Mais de 10 mil mortes teriam sido evitadas se não tivéssemos aglomerações nas últimas seis ou sete semanas", lamentou Duque em um comunicado público.
A autoridade de saúde detectou um aumento no número de casos no início de abril, e o governo impôs algumas restrições, como toque de recolher noturno nas principais cidades.
No entanto, no dia 28 de abril, dezenas de milhares de colombianos foram às ruas em uma passeata contra um aumento de impostos que castigava a classe média, apresentado pelo governo como forma de manter a ajuda aos mais pobres durante a pandemia.
Embora a iniciativa tenha sido retirada, as manifestações continuaram, alimentadas pela violenta repressão policial condenada pela comunidade internacional. Algumas fontes de protesto ainda estão vivos em Bogotá e Cali, a terceira maior cidade do país.
Hoje, o país registra diariamente números de infecções e mortes que dobram os do início de abril.
Em proporção à população, a Colômbia é o quarto país com o maior número de mortes na América Latina e no Caribe, e o sexto com o maior número de infecções, de acordo com uma contagem da AFP.