A China vai autorizar até três filhos por família, ao acabar com o limite de dois ainda em vigor, anunciou nesta segunda-feira (31) a agência estatal de notícias Xinhua. A decisão acontece poucas semanas após a divulgação dos resultados do último censo no país, que demonstrou uma expressiva queda da taxa de natalidade na nação mais populosa do mundo.
"Em resposta ao envelhecimento da população (...) os casais serão autorizadas a ter três filhos", informou a agência estatal, ao destacar as conclusões de uma reunião do gabinete político do Partido Comunista comandada pelo presidente Xi Jinping.
No início de maio, os resultados do censo realizado em 2020 revelaram um envelhecimento mais rápido que o esperado da população chinesa. No ano passado, marcado pela pandemia de covid-19, o número de nascimentos no país caiu a 12 milhões, contra 14,65 milhões em 2019.
A taxa de natalidade em 2019 (10,48 por 1.000) já estava no menor nível desde a fundação da China comunista, em 1949.
Depois de mais de três décadas da "política do filho único", a China flexibilizou as regras em 2016 e permitiu o segundo filho. Mas a nova política não foi suficiente para estimular a taxa de natalidade em queda livre por vários motivos — incluindo a redução dos casamentos, o aumento do custo da moradia e da educação e, também, a decisão das mulheres de adiar os planos de gravidez para privilegiar a carreira profissional.
No outro extremo da pirâmide, a China tinha mais de 264 milhões de pessoas com mais 60 anos em 2020. O grupo constitui agora 18,7% do total da população, um aumento de 5,44 pontos percentuais na comparação com o censo de 2010.
Do outro lado, a população em idade ativa (15 a 59 anos) representa 63,35% do total, uma queda de 6,79 pontos na comparação com a década anterior.
Em março, o Parlamento aprovou um plano para aumentar gradualmente a idade de aposentadoria durante os próximos cinco anos, o que desagradou grande parte da população.