A população da China chegou no ano passado a 1,41 bilhão de habitantes, anunciou nesta terça-feira (11) o país mais populoso do mundo, ao apresentar os resultados do seu censo, realizado a cada 10 anos.
Em comparação com a pesquisa de 2010, a população chinesa cresceu em 72 milhões de habitantes, o que equivale a um aumento de 5,38% em 10 anos, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas.
O resultado do censo foi divulgado com um atraso de semanas. A China prevê que a curva de crescimento populacional irá atingir o pico em 2027, quando a Índia deverá ultrapassá-la e se tornar o país mais populoso do mundo. A população chinesa começaria, então, a diminuir, até chegar a 1,32 bilhão de habitantes em 2050.
Esse foi o crescimento mais lento da população chinesa registrado desde a década de 1960, quando a China estava lidando com as consequências de dezenas de mortos pela fome. Os números mostraram um aumento anual da população de 0,53%, abaixo dos 0,57% registrados entre 2000 e 2010, segundo informa o jornal The Guardian.
De acordo com o Departamento Nacional de Estatísticas, em 2020, nasceram 12 milhões de bebes no país asiático — 2,65 milhões a menos do que registrado em 2019, mostrando uma queda de 18%.
Os dados divulgados nesta terça-feira também revelaram aumento no movimento da população para os centros urbanos, e diminuição no tamanho das famílias para 2,62 pessoas.
O censo também descobriu que a proporção de cidadãos com mais de 65 anos aumentou de 8,9%, em 2010, para 13,5%, enquanto a proporção de crianças cresceu 1,35%, e a população ativa permaneceu estável, destacando o rápido envelhecimento da população chinesa e as preocupações econômicas associadas a isso.
Desde 2017, a taxa de natalidade vem caindo no país, apesar da flexibilização, no ano anterior, da política do filho único, que permite o nascimento do segundo filho. A taxa caiu em 2019 a 10,48 a cada mil habitantes, nível mais baixo desde a fundação da China comunista, em 1949.
A população da China segue submetida a um limite de dois filhos por família, e se levantam vozes pedindo o fim dessa barreira.
Os resultados do censo foram baseados em dados coletados por 7 milhões de agentes que começaram a ir de porta em porta desde novembro de 2020. A divulgação foi adiada por mais de um mês, sem explicações do governo, gerando especulações e rumores, incluindo que haveria modificações nos dados pelo impacto da pandemia de covid-19, ou porque as taxas de natalidade mudaram em uma direção não alinhada com os planos do governo chinês.