Cerca de 30.000 refugiados rohingyas que fugiram de um incêndio mortal nos acampamentos de Bangladesh voltaram nesta quinta-feira (25) para seus abrigos carbonizados, tentando reconstruir suas casas improvisadas enquanto outros procuravam seus familiares desaparecidos - informaram funcionários e grupos de ajuda.
Os assentamentos no sudeste de Bangladesh, onde vive quase um milhão de pessoas da minoria muçulmana procedente de Mianmar, foram afetados por um grande incêndio na segunda-feira. A tragédia deixou pelo menos 15 mortos e quase 50.000 desabrigados.
"Fornecemos materiais como bambu, lonas, tapetes para o chão, cordas e utensílios", relatou o comissário de refugiados de Bangladesh, Shah Rezwan Hayat, referindo-se aos rohingyas que retornaram após terem buscado refúgio em outros acampamentos.
Hayat disse que funcionários do governo e trabalhadores humanitários, incluindo as Nações Unidas, estavam ajudando os refugiados a retirarem os abrigos destruídos e a construir abrigos temporários.
Alguns rohingyas e seus filhos procuravam em lugares enegrecidos suas preciosas joias de ouro.
"Depois do incêndio, minha família se dispersou. Levamos horas para descobrir quem tinha ido para onde", contou Nur Syed, de 42 anos, pai de oito filhos, em um dos acampamentos afetados pelas chamas.
As autoridades de Bangladesh rejeitam as afirmações da ONU sobre o desaparecimento de cerca de 400 refugiados.
Um funcionário de uma agência internacional de ajuda, que pediu para não ser identificado, disse à AFP, porém, nesta quinta-feira, que "pelo menos 20 famílias nos abordaram com afirmações de que seus filhos, ou outros membros da família, continuavam desaparecidos".
* AFP