Pelo menos cinco pessoas morerram em Bangladesh neste sábado (27) durante confrontos entre um grupo radical islâmico que se opõe à visita do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e as forças de segurança. Autoridades enviaram guardas de fronteira para manter a ordem, depois que protestos na véspera já haviam causado outras cinco mortes.
A violência estourou na mesquita principal de Daca nesta sexta-feira e se espalhou por várias partes do país de maioria muçulmana do sul da Ásia, povoado por 168 milhões de pessoas. "Por ordem do Ministro do Interior (...) um número necessário de guardas de fronteira foi implantado em vários distritos do país", disse o tenente-coronel Fayzur Rahman à AFP, sem especificar o número exato de soldados.
As cinco mortes de hoje ocorreram no distrito fronteiriço de Brahmanbaria (leste), devido a confrontos entre a polícia, moradores locais e membros do grupo islâmico radical Hefazat-e-Islam, que convocou as manifestações em nível nacional. Esse grupo organizou protestos em massa exigindo a adoção de leis que criminalizam a blasfêmia.
Bangladesh marca o 50º aniversário de sua independência este ano, com o governo se gabando dos sucessos econômicos do país, ofuscado por grupos que o acusam de violações dos direitos humanos. A visita do nacionalista indiano Modi, que chegou a Daca ontem para esta comemoração, foi recebida há dias com manifestações nas quais ele é acusado de incitar a violência contra muçulmanos na Índia, que causou mil mortes no estado indiano de Gujarat em 2002, quando ele o dirigia.
* AFP