O esperado processo contra o ex-policial branco Derek Chauvin, acusado de assassinar o negro americano George Floyd, começou na última terça-feira (9) com a escolha dos jurados, nove meses após o incidente que provocou intenso debate sobre as desigualdades raciais nos Estados Unidos e no mundo.
O processo deveria começar na segunda-feira (9), mas foi adiado porque a promotoria quer acrescentar uma terceira acusação, a de homicídio em terceiro grau. Chauvin já enfrenta duas acusações, uma por homicídio em segundo grau e outra por homicídio culposo, na morte de Floyd em 25 de maio. Um tribunal de apelações deve decidir se adiciona a nova acusação.
Enquanto isso, o juiz Peter Cahill começou a entrevistar os jurados em potencial sobre o nível de conhecimento sobre o caso e que meios eles usaram para se informar.
Um dos desafios da audiência é encontrar jurados imparciais para um caso judicial de tamanho apelo. O processo seletivo pode durar cerca de três semanas e estima-se que as discussões iniciais possam começar em 29 de março.
Chauvin, que atuava há 19 anos na polícia, foi libertado sob fiança no outono e deve se declarar inocente das acusações de homicídio e homicídio culposo.
O vídeo gravado por um transeunte que presenciou a morte de Floyd, sufocado pela pressão do joelho de Chauvin em seu pescoço, chocou a sociedade americana e gerou uma onda de protestos contra o racismo e a brutalidade policial que abalou o país. As manifestações também foram replicadas em outras partes do mundo.
De acordo com Nelson, Floyd morreu de overdose de fentanil. Uma autópsia encontrou vestígios da droga no corpo de Floyd, mas especificou que a causa da morte foi "compressão do pescoço".
Ben Crump, advogado que representa a família Floyd, declarou no sábado (6) que espera que a equipe de defesa questione sobre o caráter do afro-americano.
— Eles vão tentar fazer as pessoas esquecerem o que veem no vídeo — afirmou.
Será necessária uma decisão unânime de todos os 12 jurados para colocar Chauvin atrás das grades.