Os nigerinos votaram neste domingo (27) em uma eleição presidencial que marca a primeira transição democrática entre dois presidentes eleitos neste país pobre da região africana do Sahel acostumada a golpes de Estado e alvo de frequentes ataques jihadistas.
"É um dia muito especial para o Níger, que experimentará uma alternância democrática pela primeira vez na sua história", disse o presidente cessante Mahamadou Issoufu, após votar na capital Niamey.
Issoufu, de 68 anos, não concorreu à reeleição depois de cumprir dois mandatos constitucionais, ao contrário de muitos outros chefes de Estado na África que se apegam ao poder.
Após dez anos como presidente, Issoufu espera passar o bastão para seu braço direito, Mohamed Bazoum, de 60 anos, candidato do partido no poder e grande favorito da eleição, na qual disputam 30 candidatos.
"É um grande orgulho que esta data de 27 de dezembro tenha sido respeitada", declarou Bazoum após dar seu voto.
Cerca de 7,4 milhões de pessoas foram convocadas às urnas, fechadas na tarde de domingo, mas as primeiras estimativas só serão conhecidas na segunda-feira e o anúncio dos resultados ocorrerá na quarta ou quinta-feira.
As eleições "foram realizadas sem incidentes", afirmou Mahamadou Morou, presidente de uma seção eleitoral na escola Zongo em Niamey, onde a contagem foi iniciada com a ajuda de lâmpadas a óleo.
Bazoum, que se beneficia da máquina eleitoral de seu partido e do próprio Estado, prometeu focar na segurança e na educação, especialmente para as meninas, em um país que detém o recorde mundial de fecundidade: 7,6 filhos por mulher.
"Do (novo) presidente nigeriano, o que espero é segurança, saúde, progresso e democracia", disse à AFP Abubakar Saleh, um faxineiro de 37 anos que votou em um distrito popular da capital.
Um dos principais desafios do próximo presidente será restaurar a paz. Pouco antes das eleições, dois ataques mortais foram perpetrados.
Um com sete soldados mortos em 21 de dezembro no oeste, onde opera o Estado Islâmico no Grande Saara (EIGS), e outro no leste, reivindicado pelos também jihadistas nigerianos do Boko Haram, que levou a 34 mortes em 12 de dezembro.
Se necessário, um segundo turno presidencial será realizado em 20 de fevereiro.
* AFP