Em sua primeira aparição oficial pós eleições, o presidente norte-americano, Donald Trump, compareceu nesta quarta-feira (11) ao Cemitério Nacional de Arlington, em um dia de união nacional para marcar o Dia dos Veteranos. Trump foi derrotado nas urnas por Joe Biden mas se recusa a reconhecer a vitória do democrata.
Em cerimônia ocorrida debaixo de chuva, no Estado da Virgínia, o presidente optou por não fazer nenhuma declaração à imprensa.
Em comunicado escrito previamente, declarou: "Desfrutamos dos privilégios de paz, prosperidade e liberdade graças aos nossos veteranos, e estaremos sempre em dívida com eles de forma incalculável".
Por sua vez, o democrata Joe Biden marcou presença no memorial da Guerra da Coreia localizado na Filadélfia, Pensilvânia. Também por meio de um comunicado, o líder democrata recordou a dívida do povo americano com suas forças armadas.
A "única obrigação verdadeiramente sagrada" da nação, afirmou o presidente eleito, é "preparar e equipar as tropas que enviamos para o perigo e cuidar delas e de suas famílias quando voltarem para casa", ressaltou Biden.
A cerimônia em homenagem aos veteranos ocorre quatro dias depois de a mídia norte-americana ter declarado, com base em projeções de resultados oficiais, que Biden será o próximo inquilino da Casa Branca.
Desde então, Trump falou à nação apenas por meio do Twitter e não aceitou sua derrota para Biden, como ocorre tradicionalmente nos Estados Unidos quando se projeta um vencedor em uma eleição.
E, em meio a números recordes de casos da covid-19 em todo país, e com os Estados impondo novas restrições para prevenir a propagação do vírus antes do inverno, Trump parece ter deixado de lado as funções presidenciais usuais.
Em vez disso, o republicano permaneceu trancado na mansão presidencial, argumentando que será o vencedor e abrindo processos que têm como principal alegação eventos de fraude eleitoral, sem apresentar provas.
No início da quarta-feira, ele tuitou novas alegações não comprovadas sobre vitórias e fraudes eleitorais, apesar do consenso de observadores internacionais, de líderes mundiais, das autoridades eleitorais locais e da mídia norte-americana de que o processo eleitoral de 3 de novembro ocorreu de forma transparente, e que não há alegações críveis de fraude.
Trump disse que uma pesquisa "possivelmente ilegal" pouco antes do dia da eleição o mostrava 17 pontos atrás de Biden em Wisconsin, quando, segundo ele, a corrida estava empatada e, agora, ele estava no caminho da vitória.
Alguns republicanos estão aderindo aos apelos crescentes para que o presidente assuma sua derrota. Especialistas alertam que sua recusa prejudica o processo democrático e atrasa a transição para um governo Biden, cuja posse está marcada para 20 de janeiro de 2021.
Entre eles, está o secretário de Estado republicano de Montana, Corey Stapleton, que destacou as "coisas incríveis" que Trump realizou durante seu governo. "Mas esse tempo acabou. Tire o chapéu, morda o lábio e parabenize @JoeBiden", escreveu em rede social.
Ainda assim, algumas das figuras mais poderosas do Partido Republicano, incluindo o secretário de Estado, Mike Pompeo, e o líder do Senado, Mitch McConnell, parecem estar apoiando Trump em sua tentativa de minar a vitória de Biden.
"Haverá uma transição suave para um segundo governo Trump", disse Pompeo na terça-feira durante uma entrevista coletiva por alguns momentos tensa.
Já McConnell declarou que o presidente está "100% dentro de seus direitos" de contestar a eleição na Justiça.