Os partidários da oposição bielo-russa voltaram às ruas em Minsk, neste domingo (15), para protestar contra o presidente Alexander Lukashenko, em meio à revolta crescente após a morte de um oponente que havia sido detido pela polícia.
As forças policiais começaram a dispersar a manifestação na capital quase imediatamente após seu início, às 12h (6h em Brasília), usando bombas de efeito moral, jatos d'água e gás lacrimogêneo, segundo a mídia local.
A organização bielo-russa de defesa dos direitos humanos Viasna relatou pelo menos 388 detidos, incluindo jornalistas.
Nas redes sociais, alguns usuários mostraram fotos de confrontos com os soldados da tropa de choque em alguns pátios de edifícios.
"Lukashenko usou gás, granadas e armas de fogo contra os manifestantes. Muitos feridos. Arrasada", reagiu no Twitter a principal figura da oposição, Svetlana Tikhanovskaya, exilada na Lituânia.
Antes do protesto, cerca de 15 estações de metrô foram fechadas, e o acesso à rede móvel era limitado.
A manifestação deste domingo acontece depois que milhares de pessoas saíram às ruas de Minsk na sexta-feira para homenagear um oponente morto após ser detido pela polícia.
Roman Bondarenko, de 31 anos, foi preso após uma briga entre moradores e indivíduos que retiravam as fitas vermelhas e brancas (as cores da oposição) que estavam penduradas no pátio de um prédio da capital. O homem, que apresentava lesões cerebrais, morreu no dia seguinte em um hospital.
Tikhanovskaya convocou seus partidários a prestarem homenagem a um "homem que morreu porque queria viver em um país livre".
Na sexta-feira, o presidente Lukashenko apresentou suas condolências e ordenou uma investigação "honesta e objetiva" das circunstâncias da morte de Bondarenko.
* AFP