Junto à votação que elege presidente e parlamentares nos Estados Unidos, os cidadãos americanos fazem também outras escolhas, em um sistema bem diferente do que se vê no Brasil.
Nessas votações paralelas, podem surgir algumas curiosidades, como a decisão dos moradores do Estado de Oregon, na costa oeste do país, que aprovaram a legalização do uso terapêutico de cogumelos psicodélicos.
Naquele Estado, cidadãos também decidiram que deve ser descriminalizado o porte de pequenas quantidades de drogas pesadas, como cocaína, heroína, LSD e metanfetamina. Assim, Oregon se tornou o primeiro Estado americano a descriminalizar todas as drogas.
De acordo com o portal G1, a medida prevê que pessoas presas com pequenas quantidades de drogas pesadas deverão pagar multa de US$ 100 e participar de um programa de recuperação para dependentes químicos. A mudança foi endossada por associações de enfermeiros e médicos e pelo Partido Democrático no Estado.
Em Nova Jersey e no Arizona, cidadãos votaram a favor da legalização da maconha para uso recreativo, conforme o jornal Extra. Dakota do Sul também decidiu no sentido de permitir o uso da droga tanto para fins medicinais como recreativos, mas os votos ainda não foram totalmente apurados. Já uma parte das apurações no Mississippi indica que deve ser aprovado o uso medicinal da maconha.
Americanos também decidiram sobre a legislação do aborto
Procedimento legal nos 50 Estados americanos desde 1973 e garantido em nível federal, o aborto também esteve entre as pautas colocadas para votação.
No Colorado, uma proposta que limitava o aborto até a 22ª semana de gestação foi rejeitada. No Estado, a legislação não estabelece um período máximo de gravidez para que o aborto possa ser feito.
Na Louisiana, segundo o G1, a maioria dos eleitores decidiu que seja adicionado à Constituição local que o Estado não protege o aborto como direito e que não é obrigado a financiar o procedimento.
Após morrer de coronavírus, candidato é eleito na Dakota do Norte
David Andahl, 55 anos, que concorria pelo Partido Republicano, morreu em 6 de outubro, vítima de coronavírus, mas acabou eleito para a Câmara dos Representantes do Estado da Dakota do Norte. Como neste ano o número de votos por correspondência aumentou nos EUA, devido à pandemia, muitas cédulas foram enviadas por eleitores antes da notícia da morte do candidato. A informação foi divulgada pelo portal R7.
À imprensa americana, o procurador-geral de Dakota do Norte, Wayne Stenehjem, explicou que a lei estadual prevê que uma vaga pode ficar livre e ser preenchida por outro candidato.
Senadora estadual transgênero e ativista eleitos
Outra novidade trazida pelas eleições de 2020 nos EUA é a eleição da democrata Sarah McBride, a primeira senadora estadual transgênero da história do país.
A ativista de 30 anos que estagiou na Casa Branca durante o governo de Barack Obama conquistou uma cadeira em Delaware. Ela venceu o republicano Steven Washington com 86% dos votos, conforme o portal UOL.
Também pela primeira vez uma ativista do movimento Black Lives Matter foi alçada ao Congresso dos Estados Unidos. A democrata Cori Bush, 44 anos, que é enfermeira e já foi sem-teto, irá representar o Estado do Missouri. Pelo Partido Democrata, ela atingiu 78,9% dos votos e derrubou o oponente, o republicano Anthony Rogers.
De acordo com a BBC, o congresso americano também deve receber pela primeira vez uma representante do grupo conspiratório QAnon. A candidata republicana Marjorie Taylor Greene está se elegendo à Câmara dos Representantes pela Geórgia com cerca de 75% votos apurados até então.
Os QAnon ganharam força nos últimos anos ao propagar que existiria uma rede de pedófilos e satanistas infiltrada no governo, no mercado e na imprensa, com o intuito de derrubar o presidente Donald Trump.