Belarus declarou dois diplomatas britânicos "personae non gratae", por "atividades incompatíveis" com o cargo, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Anatoli Glaz, à TV pública nesta segunda-feira.
Belarus foi forçada a tomar esta decisão devido às atividades "destrutivas" dos diplomatas, justificou o oficial. Os afetados são o adido militar Timothy Wight-Boycott e a número dois da embaixada britânica, Lisa Thumwood.
De acordo com a polícia bielorrussa, os dois "coletaram informações sobre a situação política no país e sobre os protestos", noticiou a televisão. Os dois diplomatas já deixaram o país.
O Reino Unido classificou esta noite de "completamente injustificada a expulsão" dos diplomatas e denunciou a atitude do presidente Alexander Lukashenko, que deveria "aceitar eleições livres e justas", em vez de arremeter contra aqueles que revelam "a repressão".
"A expulsão de dois diplomatas britânicos que observavam legitimamente as manifestações em Minsk é totalmente inaceitável", assinalou o chanceler britânico, Dominic Raab. "Como denunciam relatórios independentes, isso se inscreve em uma campanha orquestrada de perseguição a ativistas, veículos de comunicação e, agora, diplomatas. Em vez de atacar aqueles que revelam a sua repressão, Lukashenko deve aceitar eleições livres e fazer com que os responsáveis pela violência contra os manifestantes prestem contas."
Nesta segunda-feira, a oposição bielorrussa denunciou uma nova onda de repressão e a prisão de mais de 1.000 pessoas no domingo, durante a manifestação semanal contra Lukashenko. O líder, no poder desde 1994, se depara com um movimento popular de rejeição sem precedentes desde sua polêmica reeleição em agosto, considerada fraudulenta por seus adversários e por parte da comunidade internacional.
Dezenas de milhares de cidadãos pedem a sua renúncia todas as semanas nas ruas, mas Lukashenko tem resistido à pressão dos cidadãos até agora e intensificou as prisões de oponentes e forçou outros ao exílio.
No final de setembro, o Reino Unido e o Canadá anunciaram sanções contra oito funcionários bielorrussos, incluindo Lukashenko, pela repressão à oposição. No início de outubro, ele trouxe de volta seu embaixador a Minsk.
* AFP