O principal candidato da oposição à presidência da Tanzânia, Tundu Lissu, rejeitou antecipadamente nesta quinta-feira os resultados das eleições gerais do dia anterior, chamando-os de "fraude total".
"O que aconteceu ontem não foi uma eleição e não o reconhecemos. Não aceitamos os resultados" que serão publicados, declarou em discurso no Facebook o principal adversário do presidente John Magufuli.
Quase 29 milhões de tanzanianos foram convocados às urnas na quarta-feira, espalhados pelo continente do país e 556 mil residentes no arquipélago de Zanzibar, que juntos formam a República Unida da Tanzânia, com cerca de 58 milhões de habitantes.
Tiveram de escolher entre 15 candidatos presidenciais, mas o duelo é entre Magufuli, 60 anos, candidato à reeleição pelo partido CCM ("O Partido da Revolução"), no poder desde 1961, e Lissu, 52, que foi apresentado pelo Chadema (Partido para a Democracia e o Progresso).
Durante o dia das eleições, Lissu denunciou "irregularidades generalizadas", citando a recusa de permitir a entrada de observadores nos centros de votação e a descoberta de urnas cheias, por exemplo em Dar es Salaam.
Durante seu primeiro mandato, Magufuli governou de maneira autoritária, segundo seus críticos.
Quando foi ministro das Obras Públicas (2010-2015) ganhou o apelido de "Bulldozer" ou "Tingatinga" em suaíli.
Reuniões políticas fora do período eleitoral foram proibidas, leis draconianas contra a mídia foram adotadas e jornalistas, ativistas e membros da oposição foram presos.
* AFP