O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, ordenou nesta sexta-feira (30) ao comando das forças de segurança que o efetivo aja duramente contra os manifestantes que protestam contra sua reeleição em agosto, pedindo "para não fazerem prisioneiros".
"Não vamos fazer prisioneiros. Se alguém tocar em um membro das forças de segurança - e eu já disse aos generais -, no mínimo devem terminar sem uma mão", lançou.
"Isso é tudo. Não temos para onde recuar e não vamos recuar", continuou ele.
"O presidente nunca fugiu e não tem intenção de fazer isso", frisou Lukashenko.
Essas declarações ameaçadoras foram dadas durante uma reunião com dois novos oficiais das forças de segurança, após uma série de nomeações denunciadas pela oposição como "um enfraquecimento do poder".
Desde sua reeleição em 9 de agosto, considerada fraudulenta, este chefe de Estado de 66 anos enfrenta um movimento de protesto histórico que reúne dezenas de milhares de manifestantes todas as semanas, apesar da repressão policial e das detenções em massa.
Após quase três meses de protestos, Alexander Lukashenko, há 26 anos no poder, demitiu seu ministro do Interior, Yuri Karayev, na quinta-feira. Ele sofreu sanções da União Europeia por seu
papel na repressão às manifestações.
Em seu lugar, assume Ivan Kubrakov, que chefiava a polícia em Minsk e foi substituído nesta posição por Mikhail Grib.
De acordo com a agência oficial de notícias Belta, Lukashenko se reuniu com ambos na sexta-feira e destacou que a estabilidade e o bem-estar do país dependem de seu trabalho "efetivo" como nunca antes.
Yuri Karayev e dois outros altos funcionários dos serviços de segurança foram nomeados conselheiros do presidente na região de Grodno, de Brest e em Minsk, lugares "particularmente perigosos", segundo Lukashenko, marcados nas últimas semanas por uma forte mobilização contra o governo.
No dia anterior, Lukashenko propôs a criação de grupos de ex-militares e de policiais armados para garantir a ordem.
Essas mudanças no aparelho de segurança acontecem após a oposição convocar uma greve nacional para segunda-feira.
* AFP