Os hospitais de Paris, França, poderão ter até 90% de seus leitos de terapia intensiva ocupados por pacientes com covid-19 na próxima semana. O anúncio foi feito pelo diretor-geral dos grupos hospitalares locais, Martin Hirsch, enquanto a França enfrenta um forte aumento de infecções.
— É inevitável. Por volta de 24 de outubro, haverá um mínimo de 800 a mil pacientes com covid-19 em terapia intensiva, o que representa entre 70% e 90% de nossa capacidade atual — disse Hirsch, que é chefe de 39 hospitais de Paris e seus subúrbios, ao jornal Le Parisien.
Essa perspectiva aumenta a pressão sobre o presidente Emmanuel Macron, que pode anunciar novas restrições na quarta-feira à noite (14) em um pronunciamento na televisão. Macron se reuniu com os principais ministros nesta terça para avaliar possíveis medidas para conter uma segunda onda de covid-19.
Em seu último grande pronunciamento, em julho, Macron ordenou que máscaras fossem usadas em todos os espaços públicos fechados do país. Desde então, o acessório de proteção também se tornou obrigatório nas ruas.
A mídia especula que as novas medidas podem incluir toques de recolher em Paris e em outras cidades, devido ao rápido aumento de casos que colocam os hospitais de volta à prova. No sábado (10), o número de novas infecções aumentou em 26.896 em 24 horas, um recorde.
— A responsabilidade individual é de 50% nessa situação. Não teremos sucesso, se as pessoas não levarem a sério — disse uma fonte do governo à reportagem.
Em Paris e em outras cidades onde o vírus circula ativamente, bares e academias já foram fechados, e protocolos mais rígidos foram estabelecidos em restaurantes e shopping centers. Na segunda-feira (12), o órgão nacional de saúde relatou 94 mortes nas últimas 24 horas e 171 novos pacientes em terapia intensiva. No total, 1.539 pessoas estão agora em cuidados intensivos em toda França, que tem uma capacidade total de cerca de 5 mil leitos.
No auge da crise, em abril passado, mais de 7 mil pacientes estavam em tratamento intensivo, alguns em hospitais militares de campanha de emergência.