Depois dos testes PCR e sorológicos, vários países começam a trabalhar com testes de antígenos para detectar a covid-19, que são mais rápidos e, portanto, capazes de aliviar os laboratórios, saturados em meio à pandemia.
Conheça abaixo os testes usados atualmente, ou em desenvolvimento, assim como suas vantagens e desvantagens:
- Quais são os testes usados atualmente?
O teste de referência atual é o RT-PCR, ou teste virológico, e consiste na detecção do material genético da SARS-CoV-2 por meio de uma amostra nasofaríngea. Isso permite saber se, naquele determinado momento, a pessoa está infectada com o vírus.
Esse teste também pode ser feito com uma amostra de saliva, que é mais simples e menos desagradável, mas a saliva é menos confiável na detecção do vírus.
Os testes sorológicos consistem em um exame de sangue para saber se o paciente desenvolveu anticorpos contra o SARS-CoV-2 e, portanto, se já foi infectado pelo coronavírus em algum momento.
Também existe uma versão rápida, que requer apenas uma gota de sangue e pode ser praticada por um profissional de saúde, ou por um farmacêutico. São considerados apenas indicativos e se recomenda confirmar o resultado em laboratório.
- Quais são suas vantagens e seus limites?
A confiabilidade dos testes é definida de acordo com dois critérios: sua especificidade, ou seja, sua capacidade de detectar corretamente o SARS-CoV-2 e nada mais; e sua sensibilidade na detecção do vírus, mesmo em quantidade muito pequena.
A taxa de especificidade da tecnologia de PCR é de 99%, o que torna os "falsos positivos" muito raros. Além disso, detectam concentrações muito pequenas, o que permite que as pessoas infectadas não passem despercebidas.
Mas, "in situ", a sensibilidade dos PCRs depende muito de como o teste é feito e, portanto, "falsos negativos" podem ocorrer quando a amostra não é coletada corretamente. Essa resposta também pode aparecer quando o teste é feito muito cedo, ou muito tarde, no curso da infecção. Isso justifica que, às vezes, sejam refeitos.
Paradoxalmente, a extrema sensibilidade desses testes também pode ser um inconveniente, com pacientes que dão positivo, mas cuja carga viral é muito baixa para infectar outras pessoas.
Ainda não se sabe com certeza, no entanto, se é possível ter um pequeno rastro de vírus e não ser contagioso, nem qual seria o limite acima do qual se pode infectar outras pessoas.
No que diz respeito aos sorológicos, o principal problema que colocam é que não se sabe se os anticorpos detectados protegem contra a reinfecção e por quanto tempo. Em contrapartida, são úteis para se ter uma ideia da proporção de pessoas infectadas.
Esses dois tipos de teste também têm uma desvantagem comum: analisá-los leva tempo e, muitas vezes, leva-se dias para se enviar os resultados para os pacientes.
- Por que os testes de antígeno?
Diante da saturação dos laboratórios, o poder público busca ampliar o leque de exames, de forma a detectar mais rápido as pessoas potencialmente contaminadas, seja em um aeroporto, seja em uma consulta médica.
Esses testes rápidos de antígenos permitem detectar uma infecção em entre 15 e 30 minutos.
Como os PCRs, são realizados por meio de um teste na parte posterior do nariz, mas, em vez de detectar o genoma do SARS-CoV-2, procuram proteínas virais - um sistema mais simples e rápido que não requer a intervenção de um laboratório.
Por enquanto, o problema que eles representam é que exigem pessoal qualificado e também são considerados menos confiáveis do que os PCRs.
Para as autoridades, a questão é determinar se seu nível de confiabilidade é aceitável diante da necessidade de diagnóstico em massa.
Já médicos e laboratórios pedem uma melhor seleção das pessoas que serão submetidas aos exames, priorizando os mais vulneráveis e com sintomas.
* AFP