A justiça alemã decidiu nesta quarta-feira (9) levar o ex-CEO da Volkswagen Martin Winterkorn aos tribunais, pela acusação de fraude no escândalo dos motores a diesel manipulados da montadora.
O tribunal de Brunswick, responsável pelo caso, considerou, "após uma análise exaustiva da acusação" por parte do Ministério Público, que há "suspeitas suficientes de fraude em grupo organizado" contra Winterkorn, que foi novamente levado à justiça ao lado de outros quatro diretores do grupo.
Os magistrados, em sua resolução, reforçaram inesperadamente ainda mais a acusação do MP, que não havia considerado a denúncia de fraude organizada nos postos mais elevados da gigante do setor automotivo mundial.
Eles apontaram motivos comprovados para suspeitar que os "compradores de alguns tipos de veículos do grupo Volkswagen foram enganados" pela instalação nos motores de um 'software' que apresenta níveis de emissão de óxidos de nitrogênio inferiores aos reais, afirma um comunicado.
O julgamento de Winterkorn e dos outros acusados no escândalo que abalou o setor de automóveis da Alemanha, que ainda não teve a data fixada, será um elemento chave na saga legal sobre os motores a diesel manipulados da Volkswagen.
No aspecto financeiro, o grupo já solucionou os maiores riscos vinculados a julgamentos.
A conta total do 'dieselgate' da Volkswagen supera até o momento 30 bilhões de euros (35,3 bilhões de dólares) - uma parte importante foi paga nos Estados Unidos.
Além de Martin Winterkorn, o ex-CEO da Audi Rupert Stadler também será levado a julgamento.
* AFP