Centenas de estudantes marcharam em Minsk nesta terça-feira (1), dia de abertura do ano letivo, denunciando o poder autoritário do presidente Alexander Lukashenko, que há quase um mês enfrenta um desafio sem precedentes de protestos.
A polícia de Choque prendeu vários jovens, quando tentavam formar uma corrente humana no coração da capital dessa ex-república soviética.
"Fascistas", "Esta é a nossa cidade", "Acreditamos, podemos, chegaremos lá", gritavam os estudantes.
A passeata, organizada no tradicional dia de volta às aulas em toda ex-URSS, reuniu estudantes de várias universidades de Minsk.
A juventude bielorrussa tem sido um dos pilares da mobilização contra Lukashenko, desde sua recente reeleição em 9 de agosto, considerada fraudulenta por seus adversários.
A questionada consulta deflagrou uma onda de protestos sem precedentes contra o líder autoritário, que está no poder desde 1994. Há três domingos consecutivos, ocorrem manifestações de cerca de 100 mil pessoas cada apenas em Minsk.
As autoridades rejeitam qualquer diálogo com a oposição e aumentaram as detenções de políticos e de jornalistas.
Depois de deixar três mortos e dezenas de feridos, a violência policial registrada contra os manifestantes nos primeiros dias de protestos diminuiu.
Até agora, Lukashenko propôs apenas um vago projeto de reforma constitucional para tentar sair da crise. Além de descrever os manifestantes como "ratos", exibiu-se em um colete à prova de balas e com um rifle de assalto ao lado de forças do Batalhão de Choque que acompanham os protestos.
* AFP