O chefe da Igreja católica bielorrusa, monsenhor Tadeusz Kondrusiewicz, foi impedido nesta segunda-feira (31) de entrar em seu país por guardas de fronteira, em um momento em que Belarus enfrenta um enorme movimento de protestos.
"Não entendi o que aconteceu, não lhe explicaram as razões", declarou à AFP Yuri Sanko, seu porta-voz, acrescentando que o arcebispo de Minsk retornava da Polônia e "atualmente está esperando" na fronteira.
"Estamos tentando solucionar essa situação aqui em Belarus", acrescentou. Questionados pela AFP, um representante do serviço da guarda de fronteiras bielorrusso e outro do Ministério do Interior se negaram a fazer comentários.
Belarus enfrenta um movimento de protestos sem precedentes há três semanas. No domingo, a oposição reuniu dezenas de milhares de pessoas nas ruas da capital pelo terceiro fim de semana consecutivo, denunciando a reeleição, considerada fraudulenta, do chefe de Estado Alexander Lukashenko.
Este movimento tem sido alvo de uma forte repressão por parte das forças de segurança, que mataram pelo menos três pessoas e deixaram várias dezenas feridas, situação denunciada pela Igreja Católica de Belarus.
O monsenhor Tadeusz Kondrusiewicz, de 74 anos, havia se reunido com o ministro do Interior, Yuri Karaiev, após as primeiras manifestações após as eleições e pediu-lhe o fim da violência.
No domingo, afirmou em uma entrevista à emissora de rádio polonesa Radio Maria que "existem razões para pensar que as eleições não foram equitativas".
A Igreja Católica estima que cerca de 15% da população de Belarus, país com 9,5 milhões de habitantes, se considera católica, principalmente no oeste de seu território. É a segunda religião do país depois do cristianismo ortodoxo.
* AFP