A Coreia do Norte explodiu nesta terça-feira (16) o escritório de ligações com o Sul, na cidade fronteiriça de Kaesong, anunciou o ministério da Unificação, após dias de críticas e ameaças por parte de Pyongyang.
"A Coreia do Norte explodiu o escritório de Kaesong às 14h49min locais", afirma uma mensagem divulgada pelo ministério, responsável pelas relações entre as duas Coreias. Pouco antes, a agência sul-coreana de notícias Yonhap informou sobre uma explosão e uma intensa fumaça na área do complexo industrial em que fica o escritório.
No fim de semana passado Kim Yo Jong, irmã do líder norte-coreano Kim Jong Un, fez ameaças contra o local. "Dentro de pouco tempo, o inútil escritório de relações entre o Norte e o Sul será completamente destruído", afirmou.
Desde o início do mês, Pyongyang intensifica os ataques verbais contra Seul, sobretudo contra os desertores norte-coreanos que enviam panfletos de propaganda a partir do Sul contra o Norte, por cima da zona desmilitarizada (DMZ) entre as Coreias.
Na semana passada, o regime norte-coreano anunciou o fechamento dos canais de comunicação polícia e militar com o "inimigo" sul-coreano.
Os panfletos, lançados com balões na direção do território norte-coreano ou dentro de garrafas enviadas pelo rio que estabelece a fronteira, contêm críticas a Kim Jong Un na área dos direitos humanos ou por seu programa nuclear.
Alguns analistas acreditam que Pyongyang tenta provocar uma crise com Seul no momento em que as negociações sobre seu programa nuclear estão paralisadas. A Guerra da Coreia (1950-1953) terminou com um armistício, não com um acordo de paz, o que significa que os dois vizinhos ainda estão, tecnicamente, em guerra.
Mais cedo, o exército norte-coreano afirmou que está "totalmente preparado" para atuar contra a Coreia do Sul.
O Estado-Maior do Exército Popular da Coreia anunciou que trabalha em um "plano de ação para transformar em fortaleza a linha de frente", informou a agência oficial norte-coreana KCNA. Esta medida implicaria a reocupação de zonas que estavam desmilitarizadas em virtude de um acordo intercoreano.
A imprensa sul-coreana indica que isto poderia significar a reinstalação de postos de fronteira que os dois vizinhos decidiram retirar em 2018.