A Alemanha reimpôs nesta terça-feira (23) confinamento após novo surto de coronavírus, que começou na semana passada em um frigorífico no distrito de Gütersloh, no Estado da Renânia do Norte-Vestfália, o mais populoso do país. É a primeira medida mais drástica desde que o país começou a relaxar as restrições de controle da pandemia.
Mais de 1,5 mil dos 7 mil funcionários do frigorífico tiveram teste positivo para covid-19, no que o primeiro-ministro da região, Armin Laschet, chamou de o "maior surto" no território alemão. Todos os funcionários do frigorífico foram colocados em isolamento.
Além do distrito de Gütersloh, as novas restrições vão atingir parte do distrito vizinho, de Warendorf, afetando cerca de 370 mil pessoas. Apenas pessoas de uma mesma família ou no máximo duas de famílias diferentes podem se encontrar em público. Bares, museus, piscinas e escolas ficarão fechados, e restaurantes só podem receber pessoas de uma mesma família.
Segundo Laschet, o confinamento deve durar no mínimo uma semana, para que seja possível avaliar se o vírus se espalhou para além dos empregados da fábrica e suas famílias. Até esta terça-feira (23), havia 24 casos confirmados entre não funcionários do frigorífico.
O surto de Gütersloh elevou a taxa de contágio do país, calculada pelo Instituto Robert Koch (IRK), agência de vigilância e saúde do país, de 0,86 na última quarta (17) para 2,76 nesta terça. Isso indica que cada 100 pessoas infectadas transmitem o coronavírus para outras 276, fazendo o número de casos quase quadruplicar. O instituto ressalvou, porém, que esse número alto se deve ao fato de que o número de novos casos em geral no país está muito baixo, o que aumenta o peso do surto no frigorífico.
Em todo o país, a Alemanha registrou 537 novos casos entre domingo (21) e segunda (22), elevando o total a 190.359 desde o começo da pandemia. Foram três mortes em 24 horas e um total de 8.885 mortos até segunda.
Assim como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o IRK afirmou que o surto não indica uma segunda onda, mas é preciso manter a vigilância.
— O vírus ainda está em nosso país e, se dermos a chance de se espalhar, ele vai aproveitá-la — afirmou Lothar Wieler, presidente da agência.