A violência no noroeste da Nigéria em abril levou 23.000 pessoas a fugir para o Níger e 19.000 nigerinos a se deslocarem para o interior do país, anunciou nesta terça-feira (12) o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
"A violência persistente no noroeste da Nigéria forçou cerca de 23.000 pessoas a fugir para o Níger em abril", disse o porta-voz do ACNUR, Babar Baloch, citado em comunicado da organização.
Segundo Baloch, mais de 60.000 refugiados fugiram da região nigeriana para o Níger desde abril de 2019.
"Temendo e fugindo dessa mesma insegurança nas áreas de fronteira, outro grupo de 19.000 cidadãos do Níger foi forçado a se deslocar para o interior", acrescentou.
A maioria desses refugiados e deslocados internos são "mulheres e crianças [...] que fogem dos ataques implacáveis de grupos armados nos estados de Sokoto, Zamfara e Katsina na Nigéria, e se refugiaram na região de Maradi" (centro-sul do Níger), de acordo com o ACNUR, que enfatizou que os refugiados foram "autorizados a entrar no Níger, apesar do fechamento das fronteiras pela pandemia de COVID-19".
"Os refugiados que conseguiram fugir relataram uma violência extrema contra civis, assassinatos, sequestros em troca de resgates e saques de aldeias", disse o ACNUR, que declarou "preocupação" com a situação.
Adicionado a essa violência está a de grupos jihadistas armados que operam na região do Lago Chade, lembrou o ACNUR, como o Estado Islâmico da África Ocidental (Iswap), Boko Haram e o Estado Islâmico do Grande Saara (EIGS).
No total, quase 500.000 refugiados e pessoas deslocadas internamente, vítimas de violência jihadista ou de gangues armadas, vivem no Níger, segundo um relatório recente da ONU.
* AFP