As Nações Unidas fizeram nesta quinta-feira (7) um novo pedido com o fim de arrecadar 4,7 bilhões de dólares em fundos adicionais que serão destinados a "proteger milhões de vidas e deter a propagação do coronavírus nos países frágeis".
O dinheiro solicitado se soma aos 2 bilhões de dólares que a ONU pediu ao lançar seu plano global de resposta humanitária, em 25 de março. Até agora, recebeu aproximadamente metade deste dinheiro.
— Gostaria de ver algumas das pessoas mais ricas do mundo, que ganham dinheiro neste momento, dar um passo à frente e ser generosas — disse David Beasley, diretor do Programa Mundial de Alimentos da ONU por videoconferência.
Beasley pediu às pessoas e empresas mais ricas do mundo a fazerem o gesto, pois "se o fizerem, todos nos beneficiaremos... Se não o fizerem, todos terão que pagar um preço".
"Os efeitos mais devastadores e desestabilizadores da nova pandemia do coronavírus serão sentidos nos países mais pobres do mundo", disse o secretário-geral da ONU para assuntos humanitários, Mark Lowcock, em um comunicado. "A menos que tomemos medidas agora, devemos estar preparados para um aumento significativo dos conflitos, da fome e da pobreza. O espectro de fomes extremas múltiplas se avizinha", advertiu no documento.
Espera-se que o total de 6,7 bilhões de dólares cubra os custos de um plano de resposta humanitária até dezembro, dando prioridade a 20 países, inclusive vários em conflito, como Afeganistão e Síria.
O novo pedido de doações acontece em um momento em que se somam mais nove países à lista: Benin, Djibuti, Libéria, Moçambique, Paquistão, Filipinas, Serra Leoa, Togo e Zimbábue.
Os recursos serão usados para comprar equipamentos médicos, avaliar e tratar os doentes, proporcionar locais para lavar as mãos, lançar campanhas de informação e estabelecer pontes aéreas humanitárias para África, Ásia e América Latina, segundo a ONU.
Outro objetivo é desenvolver novos programas para combater de forma mais eficaz a insegurança alimentar, que está crescendo devido à crise econômica provocada pela pandemia.
— São necessárias medidas extraordinárias — enfatizou Lowcock.
— Peço aos doadores a agir por solidariedade e interesse próprio e fazer com que sua resposta seja proporcional à magnitude do problema que enfrentamos — acrescentou, advertindo para um impacto de longo prazo se os países pobres forem deixados de lado pelas nações ricas.
Segundo estimativas da ONU, espera0se que os contágios por covid-19 aumentem nos países mais pobres do mundo nos próximos três a seis meses.