Os carros circulam novamente e os consumidores retornam às lojas em Wuhan. Mas a cidade chinesa onde surgiu a covid-19 permanece vigilante frente ao coronavírus.
A metrópole de 11 milhões de habitantes, assim como outras cidades da província central de Hubei, impôs uma quarentena no fim de janeiro. Uma decisão drástica para frear a propagação da doença. Wuhan registrou a maioria das 3.322 mortes e 81.620 casos de contágio do vírus letal na China.
As autoridades começaram a retirar as restrições de deslocamento quando o número de novas pessoas infectadas caiu a quase zero. As pessoas de fora da cidade também estão autorizadas a entrar em Wuhan.
Há vários dias, a vida voltou às ruas.
As imagens e os vídeos feitos no fim de janeiro, quando o confinamento foi determinado, e as gravações desta semana com a supressão parcial das restrições refletem a mudança na cidade. Antes, as ruas estavam totalmente vazias e silenciosas, os estabelecimentos comerciais fechados. Os moradores, aterrorizados, corriam para comprar alimentos e remédios. O medo estava onipresente.
Agora, o trânsito volta aos poucos às avenidas, as lojas abrem as portas e os moradores voltam a suas atividades do dia a dia.
— Temos que resistir! Se não, por que continuar vivendo, certo? — afirmou à AFP Waiwai, dono de um café em Wuhan.
Seu pequeno estabelecimento abriu no domingo (29), mas apenas para preparar comida para entrega, pois a cidade ainda mantém a ordem de distanciamento social.
Apesar da situação melhor, a China teme uma segunda onda da epidemia, desta vez provocada pelas pessoas procedentes dos países onde a covid-19 está provocando muitas mortes atualmente, como Estados Unidos ou Europa.
As autoridades de Wuhan advertiram nesta sexta-feira (3) que as volta total à normalidade levará tempo e pediram que os moradores permaneçam vigilantes. Por esse motivo, a cidade mantém algumas restrições, como o uso de máscaras e o limite de concentrações.
— Com certeza ainda existe um risco. Entre as pessoas que virão do exterior da cidade, ainda teremos casos importados — afirma Bian, um jovem de 26 anos que trabalha na alimentação.
Ao lado de alguns amigos, ele caminha por uma loja. E afirma que está feliz por ver a luz no fim do túnel.
— Me sinto bem. Fiquei trancado em casa por muito tempo — explica.