O ministro do gabinete do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, Michael Gove, informou que o líder se "recupera bem" do coronavírus. Ao mesmo tempo, aumentam as críticas na imprensa à lentidão da resposta do país à pandemia. O chefe de governo recebeu alta no último domingo (12) do hospital e conversou com Dominic Raab, ministro das Relações Exteriores, que o substitui durante o período de recuperação.
Desde o início da pandemia, o governo é acusado de demorar a reagir. O jornal Sunday Times voltou à carga neste domingo (19), ao denunciar que o Executivo ignorou os alertas de cientistas e os pedidos para obter equipamentos de proteção para os profissionais de saúde nos hospitais. Também afirma que Boris Johnson faltou a várias reuniões de crise sobre o vírus.
Em um artigo no jornal Mail on Sunday, o líder do Partido Trabalhista, o principal da oposição, Keir Starmer, afirma que o governo demorou muito para decretar o confinamento, aumentar o número de testes de diagnóstico e fornecer material de proteção aos profissionais da saúde.
O Reino Unido é um dos países da Europa mais afetados pela covid-19. O número de mortos nos hospitais subiu para 15.464, de acordo com o levantamento oficial divulgado no sábado (18).
Os balanços diários incluem apenas os óbitos de pacientes em hospitais que apresentaram resultado positivo, e não contabilizam as pessoas que perderam a vida em casas de repouso para idosos ou em residências. As organizações que representam as casas de repouso calculam que entre 4 mil e 7,5 mil pessoas morreram nestes centros.
O governo britânico decidiu, na última quinta-feira (16), prolongar por pelo menos outras três semanas o confinamento decretado em 23 de março.
— O número de mortos é muito preocupante — disse Gove. — A taxa de infecções e a taxa de mortalidade diminuem, mas não estamos absolutamente seguros de estar em uma trajetória descendente.
