A China afirmou que está "profundamente preocupada" com o anúncio dos Estados Unidos de suspender a contribuição financeira americana à Organização Mundial da Saúde (OMS) por sua gestão da pandemia d0 coronavírus. Na Europa, chefes das relações diplomáticas também expressaram críticas à decisão do presidente Donald Trump.
— Esta decisão vai reduzir a capacidade da OMS e minar a cooperação internacional contra a epidemia — lamentou Zhao Lijian, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.
Zhao pediu ao governo dos Estados Unidos que "assuma suas responsabilidades e obrigações com seriedade e apoie as ações internacionais lideradas pela OMS para aliviar esta pandemia".
Já o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, afirmou que lamenta profundamente a decisão e que "não há nenhuma razão que justifique este movimento em um momento no qual os esforços são mais necessários do que nunca".
Na Alemanha, o ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas, afirmou que "devemos trabalhar juntos contra a covid-19. Um dos melhores investimentos é reforçar as Nações Unidas, sobretudo a OMS, que tem pouco orçamento, por exemplo, para desenvolver e distribuir testes e vacinas".
No atual contexto de saúde, "culpar não ajuda", completou o chefe da diplomacia alemã, antes de destacar que "o vírus não conhece fronteiras".
Suspensão
Há vários dias, Washington critica com veemência a atitude da agência da ONU com sede em Genebra e considera que a OMS se mostrou muito benevolente com a China. Na terça-feira (14), o presidente norte-americano anunciou a suspensão do financiamento americano à OMS devido a sua "má gestão" da pandemia do coronavírus.
O presidente americano afirmou que os Estados Unidos pagam entre "400 e 500 milhões de dólares por ano" à organização, contra 40 milhões de dólares "ou inclusive menos" pagos pela China. O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, afirmou que Washington deseja "mudar radicalmente" o funcionamento da organização.
— No passado, a OMS fez seu trabalho. Mas desta vez, infelizmente, não está fazendo um bom trabalho e temos que pressionar para mudar radicalmente isto — disse.
País mais afetado pela pandemia, os Estados Unidos registram mais de 25 mil mortes.