O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, pediu nesta segunda-feira (9) a todos os italianos para "evitar os deslocamentos" no território, proibiu as concentrações e determinou que centros educacionais permaneçam fechados até 3 de abril para deter a epidemia do novo coronavírus.
"Vou assinar um decreto que pode ser resumido assim: 'fique em casa' (...) Toda a Itália vai se tornar uma área protegida", disse Conte em tom dramático, em entrevista coletiva na sede do governo em Roma.
"Será necessário evitar (os deslocamentos) em todo o território da península, a menos que sejam por motivos profissionais justificados, por motivos de necessidade ou mesmo por motivos de saúde", explicou.
Essas novas medidas draconianas, que incluem a suspensão do campeonato de futebol e das quais Conte não informou as modalidades de aplicação, serão detalhadas em um decreto que entrará em vigor na terça-feira em toda a Itália, o segundo país mais afetado depois da China.
As medidas não preveem "limitar o transporte público, a fim de garantir a continuidade" da atividade econômica "e permitir que as pessoas trabalhem", afirmou o primeiro-ministro.
A isso "acrescentamos também a proibição de reuniões externas e em locais abertos ao público", afirmou.
O fechamento de escolas e universidades, previsto inicialmente para 15 de março, entrará em vigor até 3 de abril, acrescentou. O governo italiano também ordenou a suspensão do campeonato de futebol.
"Sinto muito, mas os 'tifosi' (torcedores) precisam aceitar isso", disse Conte, sem especificar se a medida afeta as partidas das competições europeias (Liga dos Campeões e Liga Europa).
A Itália é o segundo país mais afetado pela epidemia de COVID-19 depois da China - onde o novo coronavírus surgiu em dezembro -, com mais de 9.000 casos, 463 deles mortos, segundo a última avaliação divulgada na segunda-feira.
"Não há tempo a perder. Os números nos dizem que temos um aumento significativo nos casos de infecção, de pessoas hospitalizadas em terapia intensiva e, infelizmente, também de pessoas falecidas. Precisamos mudar nossos hábitos. Eles precisam mudar agora", alertou.
Portanto, "decidi tomar medidas ainda mais severas e mais fortes imediatamente", acrescentou o primeiro-ministro.
Essas novas medidas draconianas estão inscritas em um decreto que entrará em vigor na terça-feira em toda a Itália, que tem 60 milhões de habitantes.
As medidas estendem uma zona de quarentena (cerca de 15 milhões de pessoas) que a Itália impôs no domingo às regiões do norte, incluindo sua capital econômica Milão e a turística Veneza.
* AFP