O presidente americano, Donald Trump, voltou atrás em declarações anteriores na quinta-feira (13) e admitiu ter enviado o seu advogado pessoal, Rudy Giuliani, à Ucrânia com o objetivo de coletar informações que pudessem prejudicar seus adversários políticos.
Durante entrevista ao podcast Roadkill with Geraldo, Trump disse que recorreu a Giuliani após ter tido uma "amostra muito ruim" da comunidade de inteligência dos EUA por causa da investigação envolvendo a Rússia. Indagado sobre se o presidente não achava estranho o fato de ele ter enviado Giuliani, e se ele se arrependia da decisão, Trump foi enfático:
— Não, de forma alguma — respondeu.
A admissão ocorre exatamente uma semana após o republicano ser absolvido no processo de impeachment, que se concentrou na acusação de que Trump teria abusado de seu cargo ao pressionar Kiev a reabrir uma investigação envolvendo o democrata Joe Biden — visto à época como o pré-candidato democrata com as maiores chances de disputar o pleito deste ano contra Trump. Seu filho, Hunter Biden, atuou no conselho de administração de uma das maiores empresas ucranianas, a Burisma.
Trump negou em diversas ocasiões ter ordenado ou pedido que Giuliani fosse à Ucrânia para obter informações que comprometessem Joe Biden, embora várias testemunhas ouvidas no processo de impeachment tenham descrito como o advogado se encontrou com ex-oficiais ucranianos em busca de informações comprometedoras sobre Joe e Hunter Biden.
Outras figuras importantes no processo descreveram como Giuliani e seus aliados pressionaram a Ucrânia a anunciar investigações sobre os Bidens. Giuliani também foi mencionado por Trump durante o telefonema do americano com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, que veio a público graças a uma denúncia anônima e serviu de ponto de partida para o processo de impeachment.