O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta quinta-feira (13) que vai se encontrar com o governante da Argentina, Alberto Fernández, no dia 1 de março no Uruguai. A primeira reunião entre os chefes das duas maiores economias do Mercosul deve ocorrer perto da posse do novo presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou. A agenda foi costurada nesta quarta (12) numa conversa de Bolsonaro com o ministro argentino de Relações Exteriores, Felipe Solá.
— Confirmei ontem com o embaixador (chanceler) e estaremos lá na posse do Lacalle. Inclusive mandei atrasar o máximo possível a minha viagem para eu poder conversar com os demais chefes de Estado presentes. Agora, me interessa conversar com o Fernández. O embaixador (chanceler) trouxe uma boa notícia ontem, (a Argentina) vai se empenhar para aprovar o acordo Mercosul e União Europeia — disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.
Na primeira rodada de reuniões de alto nível entre o novo governo da Argentina e o Brasil, Solá manteve na quarta em Brasília um encontro com Bolsonaro e uma extensa agenda com o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo.
O principal objetivo do argentino foi tentar superar o clima de desconfiança que rege as relações entre os dois países desde a campanha eleitoral no país vizinho. Nesse sentido, ele declarou em Brasília que o governo Fernández não será uma "trava" para as negociações comerciais do Mercosul.
O pleito na Argentina foi marcado por trocas de críticas entre Bolsonaro e Fernández, cuja vice é a ex-presidente Cristina Kirchner. O presidente brasileiro chegou a expor sua preferência pela reeleição do liberal Mauricio Macri.
Além de prometer apoio nas negociações comerciais, Solá pediu ao governo brasileiro apoio junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) na renegociação da dívida da Argentina com o órgão. Questionado sobre o tema nesta quinta, Bolsonaro disse que o assunto será tratado pelo Ministério da Economia. Segundo o presidente, caberá à equipe do ministro Paulo Guedes decidir se o Brasil poderá atender o pedido argentino.
— Já passamos, via Ernesto Araújo, para o pessoal da Economia. A Argentina, guardando as devidas proporções, está pior do que nós. É o nosso maior parceiro comercial na América do Sul, acho que é o quarto no mundo, se não me engano. A gente quer ver a Argentina crescer. Eu falei: "quero a Argentina grande". Eu não quero pátria bolivariana aqui não. Quero a Argentina grande, o Uruguai grande, o Paraguai grande — concluiu.