O papa Francisco levantou o segredo pontifício sobre as denúncias de abusos sexuais, bem como sobre os processos e vereditos relacionados a esses crimes, mas mantendo um mínimo de confidencialidade. O anúncio foi feito nesta terça-feira (17) pelo Vaticano.
Desta forma, o Papa, que fez da luta contra as agressões sexuais cometidos na Igreja Católica uma das prioridades de seu pontificado, dá mais um passo, eliminando qualquer ambiguidade sobre o alcance do segredo pontifício.
As "instruções" assinadas pelo Papa visam "especificar o grau de confidencialidade com o qual é preciso tratar as informações e denúncias sobre os abusos sexuais" cometidos por religiosos, explica o arcebispo Juan Ignacio Arrieta, membro do Conselho Pontifício de Textos Legislativos, citado em um comunicado de imprensa do Vaticano.
O sigilo pontifício, também chamado de segredo do papa, é uma regra de confidencialidade que protege informações confidenciais relacionadas ao governo da Igreja, de acordo com a definição do site Le forum catholique.
Mesmo levantando o segredo pontifício, Francisco impôs um mínimo de atenção, exigindo que "as informações" desses casos sejam "tratadas de maneira a garantir a segurança, a integridade e confidencialidade (...) a fim de proteger a boa reputação, imagem e privacidade de todos os envolvidos".
Isso não significa censura, ressalta o Papa: "Nenhuma obrigação de silêncio em relação aos fatos em questão pode ser imposta àqueles que os denunciam, à pessoa que afirma ser a vítima e às testemunhas", assegura.