As autoridades russas identificaram nesta sexta-feira (20) o homem que abriu fogo perto da sede dos serviços secretos no centro de Moscou, na Rússia, matando duas pessoas e ferindo outras cinco. O Comitê de Investigação da Rússia confirmou as notícias publicadas pela imprensa local, identificando o agressor como Yevgeny Manyurov. Ele foi abatido pelas forças de segurança, em meio à troca de tiros na quinta-feira (19). Ainda não há informações sobre a motivação do ataque.
Segundo os jornais, Manyurov tinha 39 anos e era um ex-segurança. Morava na cidade de Podolsk, a cerca de 40 quilômetros ao sul da capital. De acordo com o tabloide Komsomolskaya Pravda e com a emissora Ren TV, ele teria um arsenal de sete pistolas, obtidas legalmente.
O ataque a tiros aconteceu perto da praça da Lubianka em Moscou, onde fica o edifício amarelo e marrom que abriga a FSB, instituição herdeira da KGB.
As autoridades abriram investigação por "atentado contra a vida de um agente das forças da ordem", segundo o Comitê de Investigação russo. A instituição informou nesta sexta que dois oficiais dos serviços de segurança morreram no ataque e que cinco pessoas, incluindo um civil, foram feridos.
Permissão para portar armas
Segundo a imprensa local, a mãe do suspeito disse que ele foi funcionário de empresas de segurança, mas parou de trabalhar recentemente. Ela informou ainda "conversas (de Yevgeny Manyurov) com árabes nos últimos tempos".
— Eu não entendia nada. Falavam em inglês — relata ela.
A imprensa russa informa também que o suspeito era adepto do tiro como prática esportiva. Um de seus treinadores, Oleg Solovich, declarou ao tabloide Komsomolskaya Pravda que ele tinha adquirido as armas de forma legal, mas que "atirava mal". Segundo Solovich, o suposto agressor tinha permissão para porte de armas há mais de cinco anos.
— Significa que o Estado tem plena confiança nele — disse.
Um morador declarou à rede Ren TV que Manyurov era "um rapaz tranquilo, calado e educado".
O ataque aconteceu quando a Rússia celebrava, como acontece todos os anos, em 19 de dezembro, o Dia dos Agentes de Contra-Inteligência militar. Nesta sexta, 20 de dezembro, festeja-se o Dia dos Agentes dos Serviços de Segurança.
Nos anos 2000, a Rússia foi palco de vários atentados, ligados à guerra da Chechênia contra os separatistas e, na sequência, à rebelião islamista no Cáucaso do Norte. Em 2010, um duplo atentado suicida aconteceu no metrô de Moscou. Uma das explosões ocorreu na estação de metrô Lubianka, próximo à sede da FSB.