O ex-presidente e cofundador da Uber Travis Kalanick renunciará ao conselho de administração da empresa no dia 31 de dezembro. O anúncio foi feito nesta terça-feira (24) em um comunicado divulgado pela plataforma. A partir de agora, ele não terá mais qualquer relação com o aplicativo de transporte.
Acusado de ter estimulado práticas de condução empresarial agressiva, baseadas no machismo e no assédio laboral, Kalanick abandonou seu cargo de diretor-geral do grupo em junho de 2017.
"A Uber fez parte da minha vida nesses 10 últimos anos. Ao acabar a década me pareceu um bom momento para mim para me concentrar em minhas atividades atuais e nas minhas iniciativas filantrópicas", afirmou Kalanick, citado no comunicado.
Em março de 2018, Kalanick anunciou a criação de um fundo de investimentos destinado a financiar projetos com fins lucrativos e não lucrativos.
Batizado "10100" ("ten-one-hundred"), o fundo se concentrará nos setores imobiliário, de comércio online e em projetos inovadores na China e na Índia, enquanto os projetos com fins não lucrativos terão relação com a educação e o futuro das cidades.
No início de dezembro, a Uber divulgou um relatório inédito envolvendo denúncias sexuais que teriam ocorrido entre 2017 e 2018. Foram 6 mil casos relatados por parte de clientes do aplicativo. O número inclui 450 estupros, enquanto o restante das agressões compreendem contato com partes íntimas ou tentativa de contato.