Quatro policiais foram mortos esfaqueados nesta quinta-feira (3) em Paris, na França. O ataque ocorreu no início da tarde, pelo horário local, dentro da sede da polícia francesa, localizada no centro histórico da capital, próximo à Catedral de Notre-Dame.
Conforme as primeiras informações, o autor do crime seria um funcionário do local, que depois foi abatido pela polícia. Ele trabalhava na Direção de Inteligência e sofria de deficiência. O agressor era "um funcionário modelo, sem histórias", com "mais de 20 anos de carreira" na sede da polícia, afirmou o delegado do sindicato.
Ainda não há confirmação sobre a motivação da chacina, mas os investigadores indicam que a principal hipótese é de um "conflito pessoal".
Inédito na história da polícia francesa, o ataque aconteceu no início da tarde dentro do quartel-general, um local emblemático, localizado no centro histórico da capital, perto da Catedral de Notre-Dame.
O homem iniciou o ataque "em seu escritório e partiu para continuar sua agressão em outros lugares da sede", relatou Loic Travers, funcionário do sindicato Aliança Polícia Nacional, à emissora BFMTV.
— As pessoas corriam, gritando — declarou Emery Siamandi, um intérprete que estava no prédio no momento da ocorrência. — Ouvi um disparo. Momentos depois, vi a polícia gritando, em pânico — completou.
O presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro e o ministro do Interior da França foram imediatamente ao local do ataque, na ilha de La Cité, no coração da capital. A área foi totalmente bloqueada ao tráfego e à circulação de pedestres.
Estado de alerta
Desde 2015, a França foi palco de vários ataques atribuídos a grupos jihadistas, que incluíram atentados sincronizados e agressões isoladas com arma branca. No total, 251 pessoas perderam a vida nesses ataques, e o país ainda se encontra em estado de alerta.
A polícia continua a ser alvo recorrente de organizações extremistas, incluindo o Estado Islâmico (EI).
— Ver um colega atacando outros colegas, isso é algo incrível para um policial — comentou outro funcionário do sindicato, Denis Jacob.
Na sua opinião, o ataque seria um sinal da "ruptura do vínculo" entre os policiais e da "desumanização da instituição".
Durante a manhã, uma mensagem de alerta foi transmitida nos altos-falantes do Palácio da Justiça de Paris, localizado em frente à sede da polícia. "Um ataque ocorreu na sede da polícia. A situação está sob controle, e o setor permanece sob vigilância", alertou a mensagem.
Esse ataque mortal ocorre no dia seguinte ao protesto de milhares de policiais em Paris, uma mobilização sem precedentes em quase 20 anos, em meio à preocupação da instituição com o aumento do número de suicídios e com a reforma previdenciária.
Segundo organizações sindicais, 26 mil pessoas participaram dessa mobilização. Existem quase 150 mil policiais na França.