A capital do Chile foi sacudida nesta sexta-feira (18) por protestos contra o aumento das tarifas do metrô, que incluíram ataques a várias estações do serviço de transporte metropolitano.
Após a convocação de uma série "evasões em massa" no horário de pico, para protestar contra o aumento de 800 para 830 pesos na passagem, manifestantes passaram a atacar as estações do metrô em Santiago. Os grupos derrubaram portões das estações, destruíram catracas e passaram pelos controles de acesso para protestar.
A empresa responsável pelo serviço informou que a totalidade do metrô da capital, que transporta cerca de três milhões de passageiros por dia, deixou de operar após os ataques.
"Toda a rede de Metrô se encontra fechada por distúrbios e destroços que impedem contar com as condições mínimas de segurança para passageiros e trabalhadores", anunciou a ferroviária metropolitana por meio de uma mensagem no Twitter.
Incêndio
Os protestos prosseguiram com a chegada da noite desta sexta, e o prédio da companhia elétrica Enel, de capital italiano, estava em chamas.
O incêndio começou no setor das escadas externas do prédio, no centro de Santiago, e depois se propagou para os escritórios superiores.
Recrutados nas redes sociais sob o lema #EvasionMasivaTodoElDia, milhares de pessoas — principalmente estudantes — se organizaram ao longo desta semana para protestar contra o aumento das passagens (3,75%) nos horários de pico.
O fechamento forçou os usuários do metrô a subirem à superfície, sobrecarregando o sistema de ônibus da cidade e tendo que caminhar pelas ruas para suas casas, evitando conflitos entre a polícia e os manifestantes.
Na estação de La Moneda, em frente à sede do governo, dezenas de manifestantes — na maioria jovens — depredaram instalações no início da tarde. A polícia respondeu com jatos d'água e bombas de gás lacrimogêneo.
Horas mais tarde, os protestos aumentaram, geraram incidentes maiores, com manifestantes atirando paus e pedras em direção às forças policiais, que reagiram com o uso de carros de choque. A sede do governo foi cercada por um perímetro de segurança.
Na quinta-feira (17), os protestos deixaram 133 presos após ações simultâneas em pelo menos cinco das 164 estações da ferroviária metropolitana, com danos calculados pela empresa estatal entre 400 e 500 milhões de pesos, o equivalente a cerca de 634.000 dólares.
Com base no aumento do preço do petróleo, no dólar e na modernização do sistema, o valor do bilhete do metrô de Santiago nos horários de pico — de manhã e à tarde — subiu para de 830 pesos (cerca de US$ 1,17). Desde 2010, não havia um aumento dessa proporção.
O aumento não afetou o valor das passagens para estudantes e idosos, mas se soma ao aumento geral de 20 pesos nas tarifas decretadas em janeiro passado.