O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira que demitiu seu assessor de segurança nacional, John Bolton, dizendo estar "fortemente" em desacordo com muitas das posições do político veterano, muito duro a respeito da Venezuela, Cuba, Irã, Rússia e Coreia do Norte.
"Ontem à noite informei John Bolton que seus serviços não são mais necessários na Casa Branca. Estava fortemente em desacordo com muitas de suas sugestões, assim como de outros no governo, e, portanto, pedi sua demissão, que ne foi entregue esta manhã", escreveu Trump no Twitter.
O presidente disse que nomeará seu substituto na próxima semana.
Em Washington, a notícia foi considerada uma surpresa. Ela acontece dias depois de Trump revelar o cancelamento de conversas secretas com talibãs no Afeganistão. O anúncio de Trump no Twitter veio logo depois que a assessoria de imprensa da Casa Branca disse que Bolton ofereceria em breve uma coletiva de imprensa sobre questões de terrorismo, juntamente com o secretário de Estado Mike Pompeo.
Bolton é uma figura conhecida por seu estreito vínculo com a invasão do Iraque e foi considerado um dos principais impulsionadores da abordagem dura de Trump em relação ao Irã, Venezuela, Cuba, Nicarágua e Coreia do Norte. Em novembro de 2018, ele foi o primeiro membro do primeiro escalão do governo norte-americano a visitar Jair Bolsonaro, então presidente eleito. Na ocasião, ele afirmou que compartilhava "muitos interesses bilaterais" e que trabalhava "intensamente" com Bolsonaro "para assegurar a liberdade e a prosperidade no continente".
O próprio Bolton apresentou sua versão dos fatos, o que parece contradizer a do presidente. "Eu me ofereci para renunciar ontem à noite e o presidente Trump disse: 'Vamos falar sobre isso amanhã'", tuitou Bolton.