O governo do México anunciou neste domingo (4) que estuda denunciar por terrorismo contra mexicanos em território norte-americano o autor do tiroteio em El Paso, bem como um eventual pedido de extradição, após a morte de seis cidadãos mexicanos no atentado, que deixou 20 mortos.
— Será uma avaliação que ficará a cargo da Procuradoria Geral da República solicitar, se houver os elementos necessários, a extradição do autor ou dos autores deste fato (...) Será uma decisão a ser tomada no devido momento, mas que ninguém se surpreenda, porque, para o México, esse indivíduo é um terrorista — disse o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, assinalando que poderia se tratar da "primeira demanda desta natureza" na história do México.
Horas antes, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, expressou "sincera solidariedade aos parentes das vítimas" ao confirmar a morte dos seis mexicanos durante um ato público no Estado de Michoacán.
Segundo Ebrard, outros sete mexicanos tiveram ferimentos consideráveis. Ele acrescentou que a chancelaria também irá empreender ações legais contra os responsáveis por vender a arma ao autor do massacre, e indagará se as autoridades "conheciam as potencialidades desse indivíduo".
O governo mexicano entregará amanhã uma nota diplomática a Washington para pedir ao governo americano que "defina uma posição clara e contundente contra os crimes de ódio". Também convocará um encontro entre todos os países hispânicos que tenham comunidades nos Estados Unidos e organizará reuniões com consulados mexicanos em diferentes regiões daquele país, para orientá-los sobre como proceder a partir de amanhã para proteger os mexicanos em território americano.