O Irã está enriquecendo urânio a 4,5% de pureza, acima do limite de 3,67% estabelecido no acordo internacional feito pelo país, segundo confirmaram agentes da Organização das Nações Unidas (ONU) a diplomatas em uma reunião nesta quarta-feira (10), de acordo com a agência Reuters.
A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês) verificou os níveis de enriquecimento por meio de um sistema de monitoramento em tempo real. Ainda que esteja acima do nível de pureza acordado, o enriquecimento está distante do percentual de 20% que o país tinha atingido antes do acordo, e mais longe ainda de 90% — valor necessário para construir armas nucleares.
O enviado do Irã à ONU disse que todas as atividades nucleares do Irã estão sob monitoramento da IAEA e que o país "não tem nada a esconder".
O presidente americano, Donald Trump, advertiu nesta quarta-feira (10) que, em breve, as sanções contra o Irã serão elevadas "substancialmente".
Trump disse que o Irã está enriquecendo urânio a níveis que estão proibidos pelo acordo internacional firmado pelo governo de seu predecessor Barack Obama. "As sanções vão aumentar em breve, substancialmente", anunciou no Twitter.
Depois de se retirar do acordo no ano passado, o presidente americano já havia restabelecido as sanções econômicas contra o Irã.
Adotado em 2015 por Alemanha, China, França, Grã-Bretanha e Rússia, o pacto ficou em risco após a saída dos Estados Unidos e o anúncio de Teerã de que começou a enriquecer urânio a mais de 3,67%, rompendo a proibição estabelecida pelo acordo.
Enquanto Washington insiste em sua estratégia de exercer "pressão máxima" sobre Teerã, adotando sanções, os europeus tentam buscar uma solução, com o envio do francês Emmanuel Bonne ao Irã para salvar o acordo.