Após investigação preliminar, a procuradoria de Paris anunciou, nesta quarta-feira (26), que nenhum elemento sustenta a tese de uma origem criminosa do incêndio que devastou parte da Catedral de Notre-Dame em abril. Conforme comunicado, outras pistas estão sendo averiguadas, incluindo que as chamas poderiam ter sido causadas por conta de um mau funcionamento do sistema elétrico, até mesmo, um cigarro mal apagado.
A procuradoria confiará o prosseguimento do caso a três juízes de instrução, que dispõem do poder de indiciar eventuais responsáveis por negligência. Eles vão assumir uma investigação judicial aberta na quarta-feira por "danos involuntários provocados por incêndio e violação deliberada de uma obrigação de prudência, ou segurança, imposta pela lei, ou regulamento, ocorridas sob condições de natureza a expor pessoas a danos corporais".
— Alguns erros foram revelados, mas as investigações realizadas na fase preliminar não permitem, até o momento, determinar as causas do incêndio — detalhou o procurador Rémy Heitz.
— Várias hipóteses chamaram a atenção dos investigadores, incluindo a de um mau funcionamento elétrico, ou de um incêndio iniciado por um cigarro mal apagado, sem que seja possível privilegiar uma hipótese neste momento — escreveu.
Conforme o texto, até o momento cerca de 100 testemunhas foram ouvidas, principalmente operários, vigias e responsáveis de empresas envolvidas no canteiro de obras, da diocese.
Incêndio
O incêndio da Catedral em 15 de abril causou comoção e um ímpeto de solidariedade para salvar e restaurar o monumento, que, com as chamas, perdeu sua torre em forma de flecha, seu telhado, seu relógio e parte de sua abóboda.
Desde então, entre 60 e 150 pessoas trabalham no local, retirando os escombros e buscando estabilizar a estrutura. O presidente francês, Emmanuel Macron, prometeu que o monumento será reconstruído dentro de cinco anos.
Pela primeira vez após o incêndio, uma missa foi celebrada na Catedral, em 15 de junho, na presença de poucas pessoas.