Em meio à ameaça de expulsão de "milhões" de imigrantes ilegais estabelecidos nos Estados Unidos e crescentes fluxos migratários para o país, a imagem de um migrante salvadorenho e sua filha de quase dois anos afogados provoca grande comoção desde segunda-feira (24), quando os corpos foram encontrados pelas autoridades. A fotografia foi divulgada inicialmente por uma jornalista de um veículo local.
As vítimas morreram afogadas quando tentavam atravessar o Rio Bravo, no Estado mexicano de Tamaulipas, em sua viagem para os EUA. Óscar Martínez Ramírez, 25 anos, que trabalhava como cozinheiro em El Salvador, colocou a filha por dentro de sua camisa para tentar atravessar o rio, mas se afogaram no forte fluxo antes de chegar à fronteira americana, segundo as autoridades.
A mãe, de 21 anos, também tentou atravessar o rio, acompanhada por um amigo da família, mas os dois desistiram e retornaram ao lado mexicano.
A família estava em Tapachula, no Estado de Chiapas, desde a semana passada. No domingo (23), eles decidiram seguir para os Estados Unidos.
Menino sírio Aylan Kurdi
A imagem da família salvadorenha remete à história do menino sírio Aylan Kurdi, de três anos, que comoveu o mundo em 2015 ao ser encontrado morto em uma praia turca, após o naufrágio de duas embarcações com refugiados. A imagem de um agente turco carregando a criança afogada foi difundida por meios de comunicação e pelas redes sociais com a hashtag #KiyiyaVuranInsanlik (A humanidade é um fracasso, em turco). Jornais de toda a Europa repercutiram a comoção provocada pela imagem.