O candidato social-democrata e pró-ocidente, Stevo Pendarovski, foi eleito neste domingo (5) presidente da Macedônia do Norte, segundo dados da comissão eleitoral ao fim do segundo turno.
O candidato da governista social-democracia obteve 52% dos votos apurados em quase todas as urnas, desbancando a direitista Gordana Siljanovska-Davkova, que obteve 44,4% dos votos, informou o site da comissão na Internet.
"Serei um presidente para todos os cidadãos, sem importar em quem votaram", disse Pendarovski diante de uma multidão que repetia, "Stevo! Stevo!", na sede do partido governista.
O cargo de presidente é honorário, mas o chefe de Estado pode não sancionar leis aprovadas. Assim fez o presidente em fim de mandato, o nacionalista Gjorge Ivanov, abertamente contrário à mudança recente do nome do país.
Esta foi a primeira eleição desde que mudou o nome para Macedônia do Norte para evitar o veto grego à entrada na União Europeia (UE). Votaram mais de 44,5% dos eleitores, o que valida a eleição, pois superou-se o piso legal de um mínimo de 40% de participação.
Professor de ciências políticas, Pendarovski - de 56 anos - esteve envolvido nos esforços para integrar seu país à Otan.
O resultado do pleito era imprevisível, pois o vencedor e sua rival, Gordana Siljanovska-Davkova, de 63 anos, da direita nacionalista, haviam terminado praticamente empatados no primeiro turno, em abril.
Na ocasião, o resultado muito disputado, com 42,85% para Pendarovski e 42,24% para Siljanovska-Davkova, refletiu a divisão entre os partidários da aproximação com o Ocidente e os nacionalistas.
Ambos os lados se opuseram recentemente à decisão do poder de mudar o nome do país pela Macedônia do Norte, e assim terminar um conflito com a Grécia de quase um quarto de século em torno do nome dessa antiga república iugoslava.
- Cansaço -
Por causa de uma profunda crise política, dez eleições foram organizadas no país na última década.
"As pessoas estão cansadas de votar", disse Katarina Gjorgjioska, 23 anos, recepcionista em Skopje, e que também acredita que "as pessoas estão decepcionadas com a situação no país e é por isso que muitas delas querem ir embora".
A participação nas eleições deste domingo foi um desafio devido à "fadiga eleitoral e falta de entusiasmo", disse David Stephenson, consultor político baseado na capital da Macedônia.
O peso da minoria albanesa, que representa de 20% a 25% dos 2,1 milhões de habitantes, pode ter definido o resultado das eleições.
Seu candidato, Blerim Reka, ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 11% dos votos.
E embora ele não tenha declarado apoio a nenhum dos candidatos à presidência, convocou os eleitores a votar "na agenda pró-ocidental".
* AFP