Após convocar venezuelanos para irem às ruas para o "fim da usurpação" do poder de Nicolás Maduro, o auto proclamado presidente interino Juan Guaidó afirmou, em entrevista publicada nesta quinta-feira (2) na Folha de S.Paulo, que não descarta uma intervenção militar na Venezuela.
— Eu não excluo a intervenção militar, porque já está muito claro o que é o regime de Maduro. Mas essa seria a última opção — disse Guaidó, após defenedr que é necessário fazer pressão para que haja uma transição livre.
Na entrevista, o líder da oposição Venezuelana negou que a tentativa de pressionar o governo tenha sido uma derrota. Guaidó ressaltou que está consciente de que o processo pode ser longo e, para ele, Maduro está cada vez mais isolado.
Guaído defende que a repressão do governo é uma maneira de demonstrarem "um controle que não têm", buscando atuar em locais com mais atenção midiática:
— Não queríamos confronto, não buscamos isso, e não houve. O que, sim, houve, foi repressão da ditadura. Ficou muito claro que não queremos uma confrontação violenta, pelo contrário — ressaltou.
O líder afirmou ainda que, mesmo com as dificuldades enfrentadas desde o início do movimento, a oposição conseguiu agregar o povo venezuelano, devido à persistência do grupo.
— Hoje a ditadura está mais frágil, há menos lealdades, mas é porque persistimos. Sim, um cidadão pode se cansar por um tempo, mas seu descontentamento com a situação seguirá, e ele voltará às ruas, enquanto não tivermos eleições livres novamente. Pode haver altos e baixos nas mobilizações, mas seguiremos sendo maioria.